terça-feira, dezembro 30, 2008

Elvas em 1909 no último ano da Monarquia


História Local: - "No último ano do regime monárquico a cidade de Elvas-Militar, Comercial e a Agrícola, era ainda considerada o maior centro urbano do distrito com mais de dois mil habitantes que a cidade de Portalegre, capital do Distrito. Porém o ritmo de crescimento da população Elvense apresentava então uma tendência negativa, uma vez que a taxa de natalidade e nupcialidade não ultrapassava respectivamente os 29.9 % e 0.64 %, sendo as mais baixas desde 1878. Todavia, e em sentido contrário registava-se a notável taxa de mortalidade de cerca de 14.5 %, o que não deixa de ser curioso uma vez que o início de 1909 foi marcado pela continuidade de um Inverno rigoroso iniciado em Dezembro de 1808, que praticamente terminou com um grande nevão que se abateu na cidade no dia 3 de Março, e que arruinou um grande número de pequenos proprietários que viviam da exploração da platanção de olival. Seria também o último ano em que as freguesias de S. Lourenço, S.Vicente, Aventosa e Várzea deixavam de ser consideradas como freguesias urbanas por convenção administrativa, com consequências nos efectivos da população urbana, que em 1910 não ultrapassava as 10.645 almas contra as 10.465 habitantes das freguesias rurais, marcando a ruralização do concelho iniciado com as leis cerealíferas de 1899. A vida política local estava centrada na figura do Doutor Ruy de Andrade, agrónomo e grande proprietário, mais conhecido pelo Senhor da Fonte Alva e que gerindo a vida municipal era sem dúvida a voz da monarquia portuguesa. Não é por acaso que mais tarde notabilizou-se como um dos mais notáveis parlamentares monárquicos durante a I República. Por outro lado, os aristocratas de sangue em Elvas, há muito tinham desaparecido e, com excepção de duas famílias, eram os novos proprietários e antigos rendeiros das casas aristocráticas e de alguns burgueses de Lisboa, que se dividiam nos apoios às causas monárquicas e republicanas respectivamente. O povo sereno e indiferente contava os tostões da jornada agrícola e os funcionários públicos chegavam ao centro histórico na bicicleta, fruto dos ventos do progresso e da produção em série da nova vaga industrial. 1909 foi também o último ano de uma visita real a Elvas, quando o Príncipe Filipe, nove meses antes da sua morte no regicídio acompanhado de sua mãe, visitou Elvas e do Castelo ficou maravilhado pela paisagem que daí avistou. No Verão de 1909 realizava-se o primeiro grande comício republicano em Elvas, Júlio Botelho de Alcântara presidente da Comissão Republicana de Elvas fundada em 1908, recebia duas figuras de referência do movimento republicano, João Chagas e José Relvas e que nessa passagem por solo Elvense anunciavam que vinha aí tempos de mudança. O Património, a cultura e a magia, anunciavam que vinha aí tempos de mudança. O Património, a cultura e a magia anunciavam novas preocupações e gostos. Tomás Pires conseguia concretizar os desejos dos seus velhos e queridos amigos, Torres de Carvalho e Vitorino de Almada, com a abertura ao público do Museu Arqueológico após quase duas décadas de persistências.O Dr. João Bagulho conseguia um feito notável com a conquista da leccionação do primeiro liceal de Elvas, permitindo a escolarização das classes médias que até então não tinham poder económico para sustentar a vida de um estudante na capital do distrito. Um jovem notável de Monforte, mas recém casado com uma senhora de Elvas, ganhava um prémio internacional de poesia em Salamanca. Tratava-se de António Sardinha e no Cinematógrafo de Elvas, as famílias elvenses viviam o sonho e a evasão, mostrado numa tela de 900 cm, a primeira apresentação de um filme melodramático. Um século depois , vivemos de novo com a esperança da geração de 1909, face às dificuldades e aos desafios que o novo século parece determinar ... Postado por Arlindo Sena.

segunda-feira, dezembro 29, 2008

O mundo em 1909 em vésperas de 2009


História Universal: - " A poucos dias do ano de 2009, como foi o de 1909 ? Eis a questão do presente post. Assim no ano de 1909 aconteceu entre muitos acontecimentos os seguintes registos que pela sua curiosidade ficará para sempre na memória da humanidade: Na política: - O 1ºMaio em Buenos Aires foi marcado tragicamente por um tiroteio sobre uma multidão de manifestantes. O parlamento alemão legislou no sentido de reafirmar o seu poder militar através da ampliação da sua marinha guerra e foi ainda no ano de 1909, que os generais alemães defenderam a necessidade de associar aos valores militares a prática desportiva no contexto da superioridade da raça alemã. Em Espanha no dia 2 de Agosto os militares sufocaram duramente uma revolta de matriz anarquista. Em Portugal no último ano de governo da Monarquia Portuguesa foram produzidos cerca de 2152 diplomas legislativos e o recorde de diplomas pertenceu ao Gabinete Ministerial do ministro regenerador Venceslau de Lima e Vila Viçosa foi então cenário da última visita oficial de um governante estrangeiro D. Afonso XIII de Espanha antes da implantação do regime republicano. No 10ºCongresso Republicano realizado em Setúbal ao directório eleito os presentes exigiam a implantação da República utilizando todos os meios possíveis . Na arte: - A apresentação do Manifesto Futurista por Fillipo Marinetti que associava a modernidade à arte e em especial a velocidade, acabaria por influenciar a abstração artística que marcaria os rumos da arte de vanguarda . Na sociedade: O norte americano, Frederick Cook afirmava em 2 de Setembro a prioridade de ter sido o primeiro homem a ligar o Polo Norte. Na economia : É fundada a primeira companhia área comercial a DELAG alemã que mais tarde se converte na Lufthansa. Abrantes, Elvas e Vila Flor eram as únicas populações portuguesas que contavam com caixas de crédito agrícola promovidas pelos sindicatos agrícolas. No Desporto: O piloto Emile Aubrun realiza o primeiro voo nocturno da história da aviação e Louis Blériot, engenheiro e pioneiro da aviação, sobrevoa pela primeira vez o canal da Mancha; A lancha motora Duc estabelece um novo record do mundo ao alcançar a velocidade de 66.42Km. O nadador alemão Oskar Schiele estabelece o record mundial em 200 metros costas com uma marca de 3 minutos e 04s; O norte americano Daniel Ahearne supera por primeira vez a marca de 15 metross (15.39m) a marca de 15.39 metros. O luxemburguês François Faber se converte no primeiro francês a vencer o Tour de França. O famoso barco a vapor de passageiros Mauritânia estabelece um novo recorde atravessando o Atlântico em 4 dias, 14 horas e 5 minutos. O britânico Victor Héméry ao volante de um automóvel de combustão interna ultrapassa pela primeira vez a barreira dos 200 km/h. Na ciência e na técnica: O Norte americano Lee Forest consegue ouvir no seu laboratório um concerto de Enrico Caruso mediante um processo experimental que associava a transmissão e a recepção; O alemão Paul Ehrlich apresenta o Salvarsan 606, um mendicamente que possibilitou a cura do sífilis. Em Nova Yorque é projectada a primeira película a cores. O famoso Gustav Eiffel funsda o primeiro laboratório que dispunha de um tonel aerodinâmico. Em Portugal o número de máquinas agrícolas de matriz industrial não ultrapassava as 560 e tratava-se de ceifeiras, compressoras de palha e feno e debulhadoras . Na religião: Beatificação da heroína nacional Juana de Arco; O papa Pio IX reflectindo sobre a sociedade da época considerava que os princípios da ordem da Cristandade estava ameaçados. Postado por Arlindo Sena

sábado, dezembro 27, 2008

A Expo de 1889 e a Arte do Ferro

Leitura Formativa: - 12º ano de escolaridade: " Não era a primeira vez que os arquitectos franceses discutiam sobre o papel dos novos materiais, mas a reacção clássica tinha cerrado fileiras no seio da École des Beaux Arts, até um ponto que as directerizes que dela emanavam eram reconhecidas na arquitectura como uma marca indelével. Como indestrutível era a recordação da Exposição Universal de 1889, que comemorara o centenário da Revolução. Não só esta exposição tinha sido o triunfo dos edifícios de ferro e vidro, como um dos seus símbolos, a Torre Eiffel, não foi desmontado no final da mesma, para grande desgosto dos que não suportavam a novidade de uma estrutura que não precisava de massa e que não produzia sombra, que falava em nome da utilidade e não da beleza, da ciência e não da arte, da funcionalidade e não do estilo. A exposição gerara dois frutos consumados da tecnologia moderna, não só a Torre. O arquitecto Ferdinand Dutert e o engenheiro Victor Contamin uniram-se no evento com a Sala das Máquinas, uma galeria de 420 metros de comprimento e 115 de largura coberta com uma ossatura metálica que praticamente resolvia o espaço interior como se de uma planta livre se tratasse. A cobertura, que alguns definiram como um enorme pássaro com as asas abertas em voo, era constituída por arcos de ferro com três articulações que evitavam os apoios intermediários e fazia com que a estrutura correspondesse ao envoltório, de maneira que a vivência interior era a de um espaço ilimitado, de carácter dinâmico, um cântico às qualidades universais da utilização do ferro, capaz de cobrir as mais insólitas galerias. E, junto à galeria, a proposta inovadora da torre, uma pirâmide curvada formada por quatro triângulos trabalhando ao mesmo tempo a tensão e a compressão, tudo assente na técnica de amarrar e ir içando elementos padronizados. Não fora o capricho do autor; os pontos de partida estavam na base do concurso, que pedia uma torre até aos 304 metros, em ferro, situada em pleno Champs de Mars. Eiffel elevou a sua experiência e conhecimento como construtor de pontes que aqui eram os pilares com apoios separados. Depois, era questão de ir soldando com nós planos e espaciais as peças pré-fabricadas para urdir a membnrana envolvente com uma técnica rápida e directa, que determinava o espaço com os próprios símbolos da construção, pois não precisava de distinção entre espaço interno e externo, fazendo desaparecer e esquecer a noção de parede de fecho. Como acontecia com o trabalho dos pintores impressionistas, com os desenhos lineares dos cartazes de publicidade, a torre traçava a sua própria figura directamente na tela dos céus de Paris, ela própria era o seu cartaz publicitário desenhando com técnica gráfica linear, um símbolo estrutural que captava de maneira imediata o tempo do presente e anunciava o futuro. Postado Arlindo Sena.


Os progressistas de Elvas e a perda de influência no Distrito de Portalegre

História Local - A vida política no Distrito de Portalegre e na cidade de Elvas nos fins do séc. XIX, foi dominada pelo Partido Progressista em ascensão desde fins da década de 1870. Em Elvas, o triunfo dos Progressistas estava directamente ligada às figuras de Eusébio Nunes da Silva e ao Dr. João Henriques Tierno. Todavia a rivalidade entre ambos impediu por exemplo que em 1870 um deles fosse nomeado Governador do Distrito, de facto em 1886, o líder nacional e distrital de Portalegre, o Doutor José Francisco Laranjo convidava Eusébio Nunes da Silva antes da sua primeira eleição para Presidente da Câmara para Governador Civil e o Dr. João Tierno para Administrador do Concelho. Porém no seio do Partido Progressista de Portalegre o nome de Eusébio Nunes da Silva era aprovado para Administrador do Concelho enquanto que o Dr. João Tierno era um dos vários candidatos Progressistas ao lugar de Governador. Assim a " guerra" instalava-se em finais de 1889 tendo o Dr. Frederico Laranjo se deslocado a Elvas no sentido da reconciliação, mantendo a proposta de Governador Civil para Eusébio Nunes da Silva e de Deputado às Cortes pelo Distrito de Portalegre. O Correio Elvense acabou por ser o "teatro bélico" da acção política do Dr. João Tierno e adversidade entre ambos em parte reflectiu-se na derrota do Partido Progressista no Distrito nas eleições de 1890. A partir de então a perda de influência da classe política elvense no distrito foi contiuada e atingiu o auge já em plena época do regime republicano quando nos antos trinta (1930), um grupo de Elvenses gizou e propôs em termos geográficos, administrativos e políticos uma nova circunscrição distrital que não foi aceite pelo Estado Novo. Relativamente a estas duas figuras notáveis na vida política local, duas notas: Eusébio Nunes da Silva foi o grande vulto do progresso de Elvas na transição para o século Vinte interrompendo o domínio tradicional dos Regeneradores em Elvas e dominando a vida política entre 1890 e 1900. O dr. João Tierno, destacou-se sobretudo como um respeitável humanista e médico, cuja obra foi reconhecida de forma pública pela Santa Casa da Misericórdia de Elvas em 1928. Como político participou activamente em várias folhas políticas monárquicas e republicanas num período situado entre 1880-1920, foi Administrador do Concelho de Elvas e na transição para a República foi ouvido com frequência pelos representantes do Poder Central sobre o futuro e progresso de Elvas. Postado Arlindo Sena.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Os Magos do Oriente


O Natal por convenção dos Homens e o acontecimento bíblico, segundo o Novo Testamento - 2º Os Envagelhos de São Mateus - " Tendo Jesus nascido em Belém da Judeia, no tempo do Rei Herodes, chegaram a Jerusalém uns Magos vindos do Oriente. " Onde está o rei dos Judeus que acaba de nascer? - perguntavam. Vimos a Sua Estrela no Oriente e viemos adorá-lo». Ao ouvir tal notícia, o rei Herodes perturbou-se e toda a Jerusalém com ele. E, reunindo todos os príncipes dos sacardotes e e escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Messias. Eles responderam : «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: »E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá; porque de ti sairá o Princípe que apascentará o Meu povo Israel». Então Herodes mandou chamar secretamente os magos e pediu-lhes informações exactas sobre a data em que a estrela lhes havia aparecido. E enviando-os a Belém, disse-lhes : « Ide e informai-vos cuidadosamente acerca do Menino, e, depois de O encontrardes, vinde comunicar-mo, para que também eu vá adorá-lo». Após as palavras do rei, puseram-se a caminho. E a estrela que tinha visto no Oriente, ia adiante deles, até que, chegando ao lugar onde estava o Menino, parou. Ao ver a estrela sentiram grande alegria e entrando na casa viram o Menino com Maria, Sua Mãe. Prostaram-se, adoraram-no e, abrindo os cofres, ofereceram-lhe presentes: Ouro, incenso e mirra. Avisados em sonho a não voltarem para junto de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho. Postado por Arlindo Sena.

Um Feliz e Santo Natal para todos VÓS



Um feliz Natal de 2009


Aos meus alunos e familiares


Aos meus colegas e amigos


A todos os Elvenses e seus familiares



Aos meus companheiros da Blogsfera.





segunda-feira, dezembro 22, 2008

O Messias segundo as fontes Romanas


Frases com história : - Flávio Josefo, fariseu - 37/38 aC. - Ca. 103 d.C., - afirma : "Nesse tempo vivia Jesus, homem sábio, se é que se pode chamar homem. Foi protagonista de obras extraordinárias e mestres daqueles que recebem a verdade com alegria". Tácito historiador romano (55/56 -120 d.C) e biógrafo de Nero, identificava os "crestãos" (ou cristãos), como o "...nome que provém de Cristo, supliciado por obra de Pôncio Pilatos sob o império de Tibério". Na biografia do imperador Cláudio, o historiador romano Suetónio (70-130 d.C) refere-se à expulsão dos judeus de Roma porque por "instigação de um certo Cresto suscitavam frequentes tumultos". Suetónio partia do princípio de que "Cresto" era um agitador. O nome , quer tenha sido escolhido com intenção, quer por engano - tem uma conotação depreciativa, pois deriva de Cresto, nome de escravo que significa "o trabalhador". Em conclusão podemos afirmar que a existência de Jesus não oferecia qualquer dúvidas aos seus adversários romanos. Postado por Arlindo Sena.

domingo, dezembro 21, 2008

As Artes Menores no Ocidente Medieval

Leitura Formativa: 10º Ano de escolaridade História e Cultura das Artes - As imagens românicas cumprem duas funções básicas: uma didáctica e uma outra estética.A primeira é a mais importante, pois a segunda é-lhe totalmente inerente. A iconografia e a simbologia românticas pretendem educar ideologicamente a população, amendrontada e atemorizada por imagens cujo significado não consegue compreender . A escultura românica desenvolve-se de uma maneira particular nos portais dos edifícios religiosos, era usual representar-se o Pantocrator, geralmente acompanhado por tetramorfos ( Chama-se tetramorfos à representação simbólica dos quatro Evangelistas.S.Mateus era representado por um anjo, S. Lucas pelo Touro, S.Marcos pelo Leão e S. João pela Águia) , e no mainel figuras humanas quase isoladas. Os relevos também cobriam o lintel e as ombreiras. As arquivoltas eram geralmente reservadas a temas ornamentais, embora existem alguns exemplos com figuras. As restantes esculturas do templo, como as dos capitéis ou das absides, podiam ser simplesmente ornamentais ou representar cenas do Antigo e do Novo Testamento ou animais do bestiário, ( São figuras que personificam o mal, o pecado e o Inferno, como a serpente, o dragão ou a sereia. No entanto, algumas imagens também simbolizam o Bem, por exemplo o leão, a àguia ou a cegonha ) . A pintura apresenta fundamentalmente três tipos de suporte: mural, sobre madeira e iluminura. Em todas as manifestações predomina o tratamento linear e as cores são lisas e sem volume. As figuras são apresentadas com contornos grossos que exageram os traços e a expressão. As composições são regidas pela lei da frontalidade, ou seja, as imagens apresentam-se de frente e são estereotipadas. A ornamentação, da mesma forma que na escultura, parte principalmente de motivos geométricos e vegetais e, em muitos casos, serve para demarcar a composição. Encontramos fundamentalmente três tipos de pintura: mural, sobre madeira e a iluminura. A pintura mural era realizada no interior das igrejas, de preferência na abside central, nas cúpulas e nas paredes. A técnica mais utilizada foi a do fresco, mas foi igualmente usada a têmpera. As cores empregues eram o azul, o vermelho e o amarelo. O preto estava reservado para delinear os contornos das figuras com traço grosso. A pintura sobre madeira, desenvolveu-se na decoração de frontais de altares, pequenos retábulos e baldaquinos. A composição era geralmente realçada no centro por uma mandorla com a figura do Pantocrator ou da Virgem e do Menino. Os lados eram reservados às cenas ou personagens secundárias, compartimentando a superfície em faixas horizontais ou, por vezes, verticais. Frequentemente, as imagens secundárias eram representadas sob arcos de volta perfeita. A enquadrar a composição desenvolvia-se uma faixa decorativa como a moldura. A iluminura desenvolveu-se segundo as influências carolíngias e bizantinas e têm como função a ilustração de bíblias, breviários, missais ou livros de horas. Postado por Arlindo Sena.

sábado, dezembro 20, 2008

Os Gomes de Elvas na rota do comércio Internacional

História LocaL - De todas as famílias de matriz judaica residentes em Elvas, a que maior sucesso obteve no comércio Internacional, foi sem dúvida a família dos Gomes, cuja ascensão social e económica foi provavelmente um caso particular. Pelo menos desde 1531, que os Gomes de Elvas são referenciados no Atlântico, António Gomes o fundador desta família de mercadores com sede na praça mercantil do Funchal exportou durante essa década cerca de 51% do açucar nadeirense. O seu filho Manuel Gomes em 1548 dominava o comércio de cabotagem na ilha açoreana de S.Miguel em concorrência com outro mercador elvense, António Fernandes com matrícula comercial na Ilha Terceira e com sede em Angra do Heroísmo, disputavam as rotas inter ilhas dos cereais. Todavia, a sede da organização dos cristãos novos de Elvas situava-se na rua dos Mercadores na capital portuguesa, onde chegava com frequência a Nau Santa Maria de Santelmo, de facto as naus de Manuel Gomes não só abasteciam e transportavam o açucar madeirense para metrópele como se lê na documentação, como também faziam escala nos principais portos do norte peninsular ao serviço dos Medina Del Campo ou da Península Itálica, em carregamentos de açucar para Génova. Na década de 70 a ligação dos Gomes de Elvas, aos Ruiz del Campo e ao comércio com Castela se intensificou em termos económicos e financeiros. Em 1576, Luís Gomes , o menos importante desta família de mercadores em volume de negócios, mantém um comércio com Castela por via terrestre a partir de Badajoz; o produto era o pau do Brasil e seu irmão Manuel no mesmo ano aceita negociar com os Ruiz, mas face às dificuldades da economia castelhana impõe que o trato se faça com base na troca de panos. Ao mesmo tempo duas novas áreas de exploração económica surgem nos horizontes "empresariais" da família judaica elvense, a Terra Nova e o Oriente; no primero caso o sucesso é evidente, a documentação refere que "o rico mercador de Elvas que fornece o Bacalhau da Terra Nova para Castela por intermédio dos Ruiz é Manuel Gomes, no segundo caso o prof. Vitorino Magalhães Godinho é da opinião que os Gomes de Elvas afirmam-se como intermediários no Comércio Internacional do séc. XVI, uma vez que é Manuel Gomes quem informa as praças comerciais ocidentais sobre o preço de pimenta, cravo, canela e gengibre nos mercados orientais. Nos fins do séc. XVI, a família Gomes de Elvas era já identificada como uma família rica de mercadores cuja residência se situava nos arredores da capital do reino, a Quinta da Mata das Flores (em Loures), que associou ao nome pessoal o título de "Coronel" da Nobreza quando ascendeu à aristocracia nacional após a compra do título de correio-mor do Reino a D. Filipe II em 16 de Fevereiro de 1606 pelo valor de 70.000 cruzados. O seu Brasão representado em 2/3 com uma série de passáros identifica a Mata da sua quinta e o título de Coronel que é utilizado na sua composição nomimal a partir do séc. XVII em que os Gomes de Elvas passam a utilizar a denominação de "Mata Coronel". Postado por Arlindo Sena

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Leonardo de la Vinci, Visionário ou Louco


Uma reflexão, de Eladio García, Doutor em História Moderna : - La fértil imaginación de Leonardo, aplicada a la guerra, ideó muchas y nuevas armas. Sin embargo, ninguna se llevó a la práctica en su tiempo; en muchos casos porque no disponía de los medios técnicos para realizarlas, como sucedió con sus cañones de retrocarga; otras veces, la indefinición del proyecto fue lo que impedió su materialización, siendo su "submarino" el caso más evidente. Concretamente, respecto a esta innovación, el proprio Leonardo justificó su falta de definición por miedo a "la demoniaca naturaleza del Hombre, que puede practicar asesinatos en el fondo del mar agujerendo los barcos ... y hundirlos junto con sus tripulantes". La afirmación puede parecer curiosa, pero no hay que olvidar que Leonardo era un hombre del Renacimiento, un humanista, es decir, un típico personaje de su tiempo, con grandes conocimientos de pintura, arquitectura, ciencia o temas militares. Las ideas de Leonardo no pretendían desarrollar una teoría militar o estratégica, ni él se creía Alejandro o Aníbal. Simplemente, aportó conocimientos que creía podían ser interesantes para la manera de combatir. Por otro lado, hay un aspecto a considerar a pesar de la falta de realización práctica de sus inventos: en 1482 Leonardo entró al servicio de Sforza, como pintor, arquitecto e ingeniero de fortificaciones. Ignoramos si éste creyó en sus armas maravillosas, pero seguramente pensó que era preferible contratarle a ver cómo sus enemigos hacían uso de cañones de tiro rápido, gases asfixiantes o primitivos tanques. Posteriormente en 1500, Leonardo asesoró a Venecia en temas de fortificación, y en 1502 trabajó para César Borgia como asesor militar. Precisamente trabajando para el duque de Romaña, Leonardo pudo llevar a la práctica sus conocimientos como topógrafo, realizando una importante mejora en la realización de mapas militares, usando técnicas avanzadas, como la vista de pájaro o la perspectiva a partir de ángulos oblicuos. Postado por Arlindo Sena.

Hilter na Internet



http://www.digitalrailroad.net/ - " Apresenta um conjunto de fotografias inéditas obtidas pelo fotógrafo David Turner, capatadas em 1939, pelo seu pai Charles Turnes que esteve presente no Festival de Bayreuth, de homenagem a Wagner. Nesta passagem pela cidade bávara Charles Turnes conheceu o chanceler alemão e nessa qualidade visitou várias vezes o Führer na qualidade de músico, mas as mesmas foram registados por Charles Turner como agente dos serviços secretos britânicos. As últimas informações do referido espião não são registos fotográficos mas escritos e datadas uns dias antes da véspera da invasão da Polónia. As actuais fotos hoje na net estavam na posse de Charles Turner falecido em 1977. Postado por Arlindo Sena.

Paul Gaugin

Leitua formativa para SABER MAIS - 12º ano de História e Cultura das Artes - " Paul Gaugin - Viveu a sua primeira infância em Lima, no Peru de regresso a França, estudou em Orleães e em Paris, e em 1865 alistou-se na Marinha como cadete. Quando voltou a Paris, começou a pintar e a esculpir como amador, mas não tardou a contactar com o grupo de impressionistas com o qual expôs entre 1879 e 1886. Em 1885, esteve pela primeira vez em Pont-Aven, onde conheceu Émile Bernard e Laval, com qual viajou para a Martinica em 1887. Na mesma década esteve em contacto em termos artísticos de Cézanne e a Van Gohg, mas apesar dos contactos que estabeleceu, manteve durante algum tempo uma arte plana na qual se observam as influências da estampa japonesa, nas formas planas e simplificadas e no modo como as fecha com uma linha a negro, à maneira da arte vitral. Foi pintor da evasão, do recurso da vida moderna e, como consequência, da procura da pureza original no modo de vida e na pintura, que de certo modo está relacionada com a sua passagem primeiro pelo Norte de França - Bretenha -, formando o grupo de Pont-Aven. Da sua obra destaca-se entre outras - O Cristo Amarelo - da fase de Pont Aven, na qual se destaca a representação figurativa de forma simplificada, esquemática e sintética na estrutura e na cor antinaturalista. Mais tarde e num período artístico em que a sua obra representa o gosto pelos ambientes exóticos, destaca-se o tema "O que somos? De onde Vimos? Para onde Vimos", na mesma o conteúdo temático surge carregado por símbolos - Homam, animal, totem , natureza - trata-se de uma alegoria, que vai desde o nascimento à morte, o autor coloca outros tantos símbolos de interpretações múltiplas; à direita, um casal tratado com tons vermelhos diluídos; à esquerda, um deus pagão , um ícone, de cor clara e de recorte nítido; no fundo, uma naturteza rebuscada, antinaturalista, fantástica e simbólica. Principais obras e fases da obra de Paul Gaugin:- Fase de Pont Aven (simbolista e antinaturalista) - :- Visão após o Sermão; A Bela Angèle ou o O Cristo Amarelo. Na fase do exotismo ou thatiana (inspiração nas experiências tahitianas), Mulheres na Paria, Donde Vimos? Onde Estamos?Para Onde Vimos ou Duias mulheres do Thaiti. Postado por Arlindo Sena.

Organização e povoamento da vila de Elvas


História Local : - As primeiras medidas com vista à consolidação do território português na fronteira portuguesa, após o processo de reconquista cristã no distrito de Portalegre, têm como marco fundamental as cartas de povoamento, as primeiras referentes às vilas de Marvão em 1226 e de Elvas em 1229. Numa época em que a rede de castelos definida a partir de Niza, Marvão, Portalegre, Alegrete, Arronches, Ouguela e Campo Maior só se consolida a partir de meados do séc. XIV quando o domínio pelo território peninsular era então uma tarefa decisiva dos reis cristãos, uma vez eliminada definitivamente a ameaça do Islão no espaço ibérico. Na teoria, o registo histórico elvense que marca como elemento determinante na acção de povoar, foi sem dúvida a Carta Foral de 1229 que seguia o modelo hispâico de Ávila, que favorecia o domínio de uma oligarquia de cavaleiros vilões capaz de estruturar estas comunidades de direito público que regulava a vida comunitária em várias matérias como por exemplo: as liberdades e garantias das pessoas e bens dos povoadores; impostos e tributos; imunidades colectivas; serviço militar entre outras disposições. Por convenção a história tradicional identifica o povoamento da vila de Elvas com a acção da Ordem de São Domingos numa versão semelhante ao mosteiro carolíngio na Europa Ocidental como centro de exploração e ordenação da propriedade agrícola.Porém, em solo elvense como na maioria das vilas e cidades portuguesas esse processo resultou da vontade régia, até que em Portugal, o grande e único senhor era o rei, nestas circunstâncias o reinado de D. Afonso III foi sem dúvida decisivo para a formação de Elvas como realidade portuguesa. Se considerarmos as seguintes acções segundo os dados documentais da sua chancelaria: 1º As confirmações que marca o reconhecimento e o direito de ocupação da cavalaria vilã no termo de Elvas durante os primeiros dez anos do seu reinado das doações feitas pelos monarca D.Sancho II. Entre elas a confirmação da doação da herdade de Vila Boim a João da Boim, que marca a origem primitiva da actual freguesia do Concelho de Elvas. 2º As doações às instituições religiosas que não se limitam ao terreno onde se edificou o mosteiro de S.Domingos em 16 de Março de 1226; mas também a herdade da Mata da Alcaraviça aos monges de Alcobaça que se mantêm com algumas herdades até ao fim da Idade Média, ou ainda algumas propriedades concedidas em 1267 aos Templários, na pessoa do seu comendador Rodrigues Peres Cebola, numa época em que tal ordem militar e religiosa estava sedeada no Crato e exercia a sua função militar de prevenção entre Serpa e Moura. Estas doações aos monges de Alcobaça e aos Templários é de resto uma realidade nos territórios da raia portuguesa, quando a Reconquista Cristã atingia o seu termo e em que o povoamento iniciava o seu desenvolvimento com a colaboração das Ordens militares e dos monges de Alcobaça. 3º As primeiras concessões para a ocupação de tendeiros nas paróquias de Santa Maria dos Açouges e de Salvador onde se realizavam as principais actividades mercantis com base agrícola. Em síntese podemos afirmar sem grandes dúvidas que o monarca D. Afonso III foi sem dúvida uma das figuras do processo de povoamento e colonização da vila de Elvas, na qual se destacam outras figuras que a história local necessita de reconhecer no contexto da sua existência como circunscrição administratvia portuguesa tais como : Esteve Annes, D. João Aboim e Rodrigues Peres de Cebola. Postado por Arlindo Sena.

terça-feira, dezembro 09, 2008

Recordar o Mickey Mouse



Margarida Rasquilha, aluna do 12ºano E - Este ano celebra-se os oitenta anos da criação do ícone mais conhecido na cultura internacional. Inicialmente designado como Mortimer e imaginado por Walt Disney, foi, no entanto, Ub Iwerks que desenhou o rato Mickey Mouse. A sua estreia foi no dia dezoito de Novembro de 1928, no cinema em Nova Iorque com o primeiro filme sonorizado "Steamboat Willie". Procurando criar uma imagem mais familiar do rato, dotando-o de características humanizadas, Disney também criou a personagem de Pluto (cão do Mickey), no início da década de 40, Mickey era a personagem de animação mais popular, sendo premiado com um Óscar pelo filme "Fantasia". Excertos dos seus livros de Banda desenhada esgotavam jornais e os seus episódios enchiam cinemas, agradando a públicos de todas as idades. A popularidade atraída por Mickey levou mesmo a que a missão Aliada na Segunda Guerra Mundial fosse titularizada com o seu nome. A partir de meados da década de 50, em plena Guerra Fria, as obras policiais de Mickey conferiram-lhe um estatuto de herói apresentando-o como dectective e combatente criminal. Em Portugal as histórias do rato Mickey surgiram pela primeira vez a 21 de Novembro de 1935 numa revista intitulada "Mickey", que custava 1$50 escudos e que durou até finais de 1936. No ano de 1950 surgiu "Rato Mickey", editada pela Agência Portuguesa de Revistas; no entanto, a verdadeira massificação ocorreu nos anos 80 com histórias da autoria de desenhadores maioritariamente norte-americanas e brasileiras.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

A arte Românica

Leitura formativa: - Módulo nº 3 - A Cultura do Mosteiro : - " A arte românica é essencialmente rural e arquitectónica, considerando que a pintura e a escultura, surgem neste estilo artístico como formas artísticas complementares da arte maior. Na verdade, dada a religiosidade do momento histórico e o protagonismo da Igreja em todos os âmbitos da sociedade da cultura, a construção romântica por excelência foi o templo. As igrejas quanto à planta, eram muito variadas. A planta de cruz latina apresenta-se como o modelo dominante e que se define por três ou cinco naves longitudinais, na tradição das plantas basilicais, diferenciando-se pela introdução de um transepto saliente ou bem marcado. Nas grandes igrejas de peregrinação destaca-se ainda o deambulatório que marca o acesso à abside e aos absídiolos. As de planta cruz grega , são constituídas por duas naves com a mesma dimensão, que se cruzam perpendicularmente no centro. As coberturas de madeira do período paleocristâ mantiveram-se durante os primeiros tempos da "era românica", mas as abóbadas de arestas e de berço foram ganhando espaço na cobertura das edificações românticas, as de berço predominavam nas naves centrais enquanto que as naves laterais eram aplicadas as abóbadas de arestas mais complexas na sua organização estrutural. Os de arco redondo ou de volta inteira asseguravam o suporte da colunata das naves e os vãos do mesmo tipo permitiam a iluminação do interior das edificações. As paredes são de grande espessura e reforçadas com contrafortes, para suportarem o peso das abóbadas. A fachada integra habitualmente um portal monumental, decorado com elementos escultóricos e a cabeceira normalmente apresenta absides de planta semicircvlar. A difusão do romântico no Ocidente apresenta o território francês como o seu centro difusor a partir da organização económica e social da Ordem de Cluny no período consequente à queda do Império Romano do Ocidente, no qual surgem as primeiras igrejas de peregrinação, de cinco naves e deambulatório, a da Borgonha ou Vézelay. Em Itália, o modelo arquitectónico segue a tradição romana e bizantina. Os materiais são o tijolo e o mármore. A originalidade reside na utilização frequente de arcadas cegas e torres adjacentes aos templos religiosos. Em Espanha, encontramos influências de características diferenciadas, deste o modelo do românico da Lombardia que é caracterizado por uma torre única de grandes dimensões, passando pelas igrejas de três ou mais naves, com cruzeiro, deambulatório e absídiolas , na rota do caminho de Santiago ou a influência islâmica no noroeste identificada sobretudo pelas arcadas em ferradura. Em Portugal fruto da reconquista cristã, destaca-se as catedrais de Lisboa, Coimbra e Porto, onde as características acasteladas são visíveis na organização das fachadas das igrejas de três naves com transepto ou de nave única com ou sem o transepto e mais comum nas igrejas paroquiais do Norte de Portugal, região por excelência do românico no nosso país. Por essa mesma razão o românico não vingou no sul de Portugal que em Elvas se limita ao Portal da Igreja paroquial de S. Pedro. Postado por Arlindo Sena.

A realidade portuguesa na história peninsular

Armando Besga Marroquin, Doutor em História Medieval, Universidad de Deusto - " Es curioso constatar que el último Estado surgido en la Península no sólo fue el único que mantuvo su existencia separada, sino que además fue el único que no se unió durante la Edad Media con ningún otro reino ibérico. Oportunidades no faltaron, pero todos se frustaron. A la muerte de D. Fernando I (1367-1383) el trono portugués correspondía al rey de Castilla Juan I (1397-1390), casado con la heredera legítima, Beatriz. Pero en Portugal triunfó la oposición a esta solución y se ofreció el trono al gran maestre de la Orden de Avis, Juan hijo bastardo de Pedro I (1357-1367). La posible unión se frustó con la derrota de los castelhanos en Aljubarrota (15 de agosto de 1385). A finales del siglo XV soplaban vientos de unidad en la Península. La unión debia pasar necesariamente por Castilla. El socio podía ser Aragón o Portugal. Los acontecimientos propiciaron la solución aragonesa. Primeiro Isabel la Católica rechazó el matrimonio con Alfonso V de Portugal, que era defendido por el rey castelhano Enrique IV, y se casó con el príncipe Fernando, herdero de la Corona de Aragón. Después los Reyes Católicos se impusieron en la Guerra de Sucessión (1474-1479) a Juana la Beltraneja, auténtica heredera legítima del trono, y Alfonso V de Portugal. En 1383 una victoria había asegurado la independencia de Portugal; ahora una derrota consagraba una separación. La política matrimonial de los Reyes Católicos estuvo a punto de haber propiciado la unión con Portugal. La primogénita de los Reyes Católicos, heredera del trono tras la muerte del único hijo varón, Juan, se casó en segundas nupacias con el rey de Portugal Manuel el Afortunado ( en primeras nupcias lo había estado con Alfonso V de Portugal: otra oportunidad perdida, porque el matrimonio no tuvo descendecia). En 1498 Isabel y Manuel fueron jurados como príncipes de Austurias. Aquel mismo año falleció Isabel al dar a luz a su hijo Miguel. Sobre este niño recaían los derechos de las coronas de Portugal, Aragón y Castilla. Las Cortes reunidas en Ocaña le juraron como heredero. Pero el niño murió en Grtanada antes de cumplir los 2 años (1500). En 1580 se produjo la unión de España y Portugal en la persona de Filipe II.Pero ya era demasiado tarde: Portugal tenía su propio imperio y en esas condiciones no se han producido uniones fructíferas. A partir de 1640 Portugal volvió a ser independendiente. En conclusión, el homenage de Alfonso I al Papa constituye sólo uno de los hitos del largo proceso de independencia de Portugal, y no de los más importantes, pues tenía como objecto asegurar una independencia ya lograda. El texto, además, permite constatar las posibilidades de uso tan variadas que realmente tuvieron los veínculos feudales, que en este caso están más cerca de la garantía de una alianza (interpretable además a conveniencia) que de las definiciones tan estrictas que se suelen dar en las exposiones sobre el feudalismo. Postado por Arlindo Sena.