sábado, janeiro 31, 2009

Os Elvenses ao serviço da Casa Senhorial do Infante Dom Henrique

História Local - Ao serviço da Casa Henriquina e da Ordem de Cristo, contam-se vários escudeiros e fidalgos que nascidos na vila e mais tarde cidade de Elvas, serviram o Infante Dom Henrique em terras de além, dos quais podemos destacar: - Nuno Tristão - Moço da Câmara e inicialmente criado do navegador Antão Gonçalves, além de membro da Ordem de Cristo. Foi o primeiro navegador português a transportar "gentes" do continente africano para a metrópele. Na sua primeira viagem, na rota da exploração geográfica e comercial da Costa Ocidental Africana, recebeu ordem do Infante para ir para além da Pedra da Galé. Atingindo então o Cabo Branco em 1441 (20º 46 lat. N da Mauritânia). Dois anos mais tarde fez o reconhecimento e descoberta das ilhas de Gete e Garças, ao sul do Cabo Branco e, possivelmente, a de Arguim. O seu último feito, de um dos mais significativos navegadores da época henriquina, foi a descoberta e reconhecimento da Gâmbia, onde perde a vida com mais dezoito companheiros da Casa do Infante, vítimas dos índigenas locais. Álvaro Tristão da Cunha - Navegador e escudeiro do infante e irmão de Nuno Tristão. Pedro de Elvas - funcionário do Município do Funchal, oriundo da Casa Senhorial do Infante, chega a escrivão de armas na década de 1480. Gil Fernandes - Criado do Infante Dom Henrique, desempenhou vários cargos na administração central em meados de quatrocentos na qualidade de chanceler da correição da comarca Entre Tejo e Guadiana. Mais tarde em Tânger ao serviço do Infante D. Fernando foi ferido numa expedição militar, o que voltaria a ocorrer em 1463 em Cabo Verde mas de forma mortal. Lourenço de Elvas - Navegar da Ordem de Cristo, sendo referido pela documentação como capitão de Gil Eanes desde 1446 . D. Rui Rodrigo Afonsdo de Melo - Pai do famoso alcaide de Elvas, Rui de Melo, Conde de Olivença, serviu o Infante como Governador da fortaleza de Tânger . João Rodrigues Trigueiro - Era escrivão da coroa em 1435, altura em que passa a escrivão do porto seco de Elvas, que serviu durante um breve tempo do reinado de D.Duarte sendo depois transferido para a Praça de Ceuta. Estevão Vasques Subtil- Escudeiro do Infante Dom Henrique. Álvaro Gonçalves - Era Besteiro do Couto em 1450. Mas a vila de Elvas na época quatrocentista também se encontrava na rota do gado lanígeo da Casa Senhorial do Infante que tinha o seu percurso centralizado nas seguintes localidades a partir da Serra do Caramulo, Covilhã, Montalvão, Elvas e Castela (Badajoz e arredores). Nesta perspectiva a vila de Elvas integrava-se na transumância que caracterizava a vida pastoril, no Verão o gado subia a planície e no Inverno deslocava-se para as terras altas. Em termos económicos pouco se conhece relativamente à exploração da lã, que provavelmente era utilizada para vestuário dos grupos sociais com menos posses, já que a própria da Ordem de Cristo, pelos Estatutos de 1449, consumia tecidos e panos, de origem inglesa e francesa, tal como a Nobreza europeia.Toadavia esta rota constituía uma fonte de receita considerável para a Coroa, para os municípios e para os grandes senhores laicos e eclesiásticos, que cobravam tributos pela passagem do gado nas suas propriedades, na região de Elvas as receitas eram naturalmente régias pelo simples facto de se tratar uma terra realenga. Postado por Arlindo Sena.