domingo, outubro 25, 2009

3.Elvas Portuguesa:- A política régia e a prioridade de fortificação. O Caso de Elvas.





Um dos monarcas que mais se preocupou no contexto do crescimento demográfico e da evolução da vila de Elvas, foi sem dúvida, D. Dinis, que na continuidade da política iniciada por D. Afonso III, procedeu ao aforamento de parte do território da vila não urbanizada para a construção de casas e tendas. Porém há que distinguir a postura de D. Afonso III e D.Dinis, o primeiro apesar de favorecer a expansão das vilas e cidades, beneficiou a aristocracia nortenha, quando doou aos grandes do reino como João Peres Aboim e Estevão Annes, um conjunto de bens, da igreja e do concelho de Elvas, aos referidos ricos- homens. Todavia esta acção de arrendamento da propriedade régia beneficiou de forma especial os núcleos urbanos de Lisboa, Elvas, Guarda e Guimarães, numa época em que o crescimento demográfico implicava uma reestruturação dos espaços ocupados primitivamente. Mas defesa e a fortificação da vila foram uma prioridade de D. Afonso III e continuava no reinado de D. Dinis, sendo Portalegre a sua preocupação em termos da arte de fortificar. Mas, a prioridade do “Rei Lavrador”, em fortificar as terras da raia a Norte com a Galiza e a sul com Castela, foi um acto presente no espírito dos nossos reis medievais. A documentação refere várias intervenções no Castelo de Elvas, por carta régia de 16 de Julho de 1361 foi promulgada o imposto da “adua”, para a cava de Elvas que devia ser financiada pelos moradores e vizinhos do reguengo da vila ; D. Afonso IV por carta régia de 4 de Março de 1378 referia-se a necessidade de reparar a cerca velha e da necessidade de realizar novas obras no perímetro da área fortificada com a finalidade de edificar a cerca nova. Esta fonte histórica da Chancelaria Régia da época D. Fernando, refere-se ainda que tais obras deveriam ser sustentadas pelos habitantes do lugar no valor de 140 soldos para os “carretos de cal e de braças de pedra”. A barbacã de Elvas uma obra interior junto à porta do Castelo, constituiu a obra mais polémica do ponto de vista da fortificação do castelo elvense, logo denunciada ao monarca D. Afonso V em 1439, uma vez que a população elvense, recordava ainda a difícil rendição do alcaide-mor do castelo, que durante a Crise de 1383-1385 procurou entregar o dito a D. Beatriz em função do referido obstáculo, que derrubado nos tempos de D .João I, estava agora de novo levantado por iniciativa do alcaide Diogo Lopes de Sousa. A solução encontra-se registada noutra carta régia, dirigida a D. Pedro ( filho do regente com o mesmo nome) que era então o proprietário senhorial do Castelo (1439-1448) , com a finalidade de efectuar o derrube definitivo daquela estrutura defensiva. Pela mesma época outras pequenas obras de manutenção ocorreram em várias estruturas defensivas nos arredores e vilas do concelho de Elvas, entre elas destacam-se pelo investimento de 3.000 reis feita por Gonçalo Martins, que a documentação identifica como morador [ Continua.]