segunda-feira, outubro 17, 2011

O Pártenon o edifício mais representativo da Acrópele ateniense


 Pártenon imponente na Acrópele

A colunata e o entablamento em grande plano


Uma das construções principais da Acrópele é sem dúvida o Pártenon, uma imagem nacional, uma marca ainda válida para a Grécia, berço da civilização ocidental. O Pártenon, segundo a tradição foi a única edificação em que Fídias participou directamente em colaboração com o arquitecto Ictínio. A sua edificação datada do Séc. V (447 aC.) é definido por planta rectangular, com duas salas , a pronaos e a cela, da época dórica, limitado por oito colunas nos lados e dezoito, que se desenvolvem a todo o comprimento da edificação. As colunas (de capitel dórico) estavam dispostas de forma a corrigir a ilusão óptica, ligeiramente inclinadas para dentro e mais robustas na base. O seu interior estava dividido em duas salas sem comunicação entre si, a sala ocidental (cela), mais pequena, apresenta quatro colunas jónicas até à cobertura; nela estava depositado o tesouro da deusa e do Estado. A sala de maior dimensão organizada em três naves com colunas de capitel dórica, nela se identificava a estátua de Atena Pártenos em pé com os seus guerreiros. O edifício era rematado pelo frontão, suportado pelo entablamento (conjunto arquitrave, friso e cornija). O friso é um dos aspectos mais interessantes do conjunto monumental e tem como temática a procissão das Panateneias, a qual em cada quatro anos, se dirigia a Acrópele. De realçar também as noventa e duas métopas que alternavam com o tríglifos na composição dos quadro lados da arquitrave, apenas dezanove chegariam até aos nossos dias, das quais alguma continuam no templo e as restantes encontram-se actualmente no Bristh Museum. As restantes perderam-se quando o templo foi transformado num templo cristã após a chegada dos romanos.           

segunda-feira, outubro 10, 2011

10.As práticas de sociabilidade e de lazer (1850-1930)


A Casa palaciana dos Marqueses de Alegrete marcava o ritmo da festa aristocrática

As quintas de Elvas ponto de encontro das novas famílias enrequecidas pela terra.

O gosto burguês era caso único na região -Court de Ténis -Quinta das Queimadas
(foto de Luís Dias Caraças, in Campo Maior a preto e branco p.99)

As práticas de sociabilidade e as actividades culturais foram uma realidade emergente nas vilas e cidades do Alto Alentejo na época da Regeneração e que se mantiveram durante a primeira república. No município de Elvas, afirmaram-se os clubes privados, as quintas rurais e os hotéis, como espaços de lazer utilizados pelas elites locais, enquanto as feiras e os mercados, continuavam a serem o ponto de encontro das classes populares no âmbito da diversão e do convívio social. Estes espaços de sociabilidade mantiveram-se até aos finais da monarquia constitucional. Com a I República, assistiu-se a uma maior aproximação de uma classe média, emergente ao colectivo popular, mas a prática dos espaços diversificados e restritos por classe social manteve-se, nomeadamente a nível das classes mais abastadas com base na propriedade e no poder económico. Se na capital do distrito, as grandes recepções de uma mão cheia de casas aristocráticas, constituíam um momento alto na sociabilidade das elites locais, fundamentadas na sua origem aristocrata, poder económico e prestígio social. Na cidade de Elvas os momentos de referência da vida social ocorriam na casa aristocrática dos Marqueses de Penalva que recebiam no seu espaço palaciano, famílias nobres portuguesas e espanholas e outras personalidades de referência como era o caso de altas patentes militares, nos quais se incluíam a presença de alguns militares espanhóis, como se pode comprovar: Entre os cavaleiros notavam-se os Hussares do reino vizinho, que abrilhantaram aquele acontecimento … acaba o concerto começou o baile, que esteve animado, terminando às cinco da amanhã. Entre as famílias nobiliárquicas presentes contavam-se as melhores famílias das vilas próximas de Vila Viçosa, Reguengos de Monsaraz e por vezes da cidade de Évora e Badajoz. Estes bailes e festas privadas, marcavam cada vez mais o gosto particular das elites locais, que preferiam a descrição dos espaços privados aos espaços livres de gosto popular. Mas, há medida que se aproximava do século XX, este tipo de sociabilidade foi perdendo importância em favor das festas que ocorriam em amplas casas senhoriais entretanto adquiridas pelos antigos rendeiros, agora prósperos lavradores. Era o tempo das quintas como a de S. João, das Águias ou a do Dr. Santa Clara, onde o lanche e o chá era o motivo do convívio, mas a excelência deste tipo de festa, era em Campo Maior onde ocorriam as melhores famílias de Elvas, na época do Charleston na aurora do séc. XX : “Na aprazível Quinta das Queimadas realizou-se hoje uma elegante festa que decorreu com invulgar brilhantismo e entusiasmo. Às cinco da tarde, num espaço terraço fronteiro ao “court”, as mesas de chá encontravam-se já dispostas com as suas artísticas toalhas, engalanadas de rosas e bolos. Pouco depois, servido o chá, alguns pares iniciaram um movimento “Charleston” a que o abrir das garrafas de “champagne” dava por vezes a desarmonia característica de Jazz-Band”. Outro espaço de sociabilidade, que iria vingar no século XX era o Círculo Elvense mais tarde conhecido por “Club Elvense”, fundado em 1863, ocupava uma casa nobre propriedade do Conde do Bonfim. Numa época em que os lavradores se tinham convertido na elite local do ponto vista económica, mas igualmente aberta a personalidades como formação académica como médicos, advogados, professores, militares e alguns funcionários públicos escolarizados. Em momentos festivos, o Club durante a I República abria as suas portas a outros convidados, exteriores à sociedade local, como grandes proprietários e lavradores, das terras vizinhas mas também a alguns estrangeiros, como lavradores, ricos comerciantes, jornalistas, militares e diplomatas espanhóis da cidade vizinha de Badajoz. Mas no “tempo quotidiano” os seus sócios dispunham de um lugar idóneo para determinadas actividades diárias como a leitura da imprensa ou a participação nos jogos legais, onde a prática da conversão, da reflexão e o ócio, fez tradição naquele espaço.