segunda-feira, novembro 14, 2011

O conhecimento do Corpo Humano e a Ciência médica.

Franz Hals, Rapaz com caveira, Óleo sobre tela
( in National Gallery, Londres)

Rembrandt Harmensz, A lição da autonomia do Dr.Nicolas Tulp, Óleo sobre tela.
in Mauritshuis, Haia 

Londres centro da ciência médica na época do Iluminismo.

Os progressos científicos é uma realidade que marca a História do Ocidente nos séculos XVII e XVIII, período em que se observa o desenvolvimento da fisiologia e da medicina que progrediu apesar de tudo muito lentamente.  Várias razões, podem ser apontadas como o preparo insuficiente da “classe médica” da época, que na verdade era inexistente, considerando que a cirurgia era praticada por pessoas comuns como os barbeiros e os ferreiros, cuja preparação para tais actos simplesmente não existia. Outra das razões, que limitava a prática da medicina, tinha haver com a dissecação de cadáveres que era então considerado um preconceito pelas sociedades da época e que limitava desde logo o estudo da anatomia. Em meados do século XVIII, as intervenções cirurgicas praticamente eram inexistentes e observadas com desconfiança, considerando que não era por acaso que a “opinião pública”, se manifestava contra a existência de escolas de medicina que praticassem tais intervenções. Apesar de tudo, por volta de 1680, Malpighi e Leeuwenhoek confirmaram a famosa descoberta do inglês Wiliam Harvey, que observando diretamente o fluxo de sangue através da rede de capilares que ligam as artérias às veias. Mais ou menos,  na mesma éoca, Thomas Sydenham, eminente médico de Londres propôs uma nova teoria de febre como um processo natural para expelir matérias mórbidas do organismo. Durante o século XVII os progressos da medicina acelaram ou pelos menos foram mais rápidos. Entre as conquistas mais notáveis da ciência médica, destacamos a descoberta da pressão sanguínea, o início da hostologia, o desenvolvimento da autópsia como auxiliar no estudo de moléstias e a identificação da escarlantina como uma doença diferente da varíola e do sarampo. Mas, o avanço médico, na época de Setecentos  deve-se sobretudo a adopção da inoculação e o desenvolvimento  de uma vacina contra a varíola. (De referir que a prática da inoculação tem a sua origem no Próximo Oriente e a notícia chega à Inglaterra por volta de 1717 por carta de Lady Montagu). A prática da inoculação torna-se uma prática no Ocidente em Inglaterra e nos Estados Unidos e em finais do século (1796), o inglês Edward Jenner descobriu um método mais brando para a vacinação. Abandonando a prática da inoculação direta nos seres humanos com o vírus mortífero da varíola: nas suas experiências, provou que uma vacina fabricada no corpo de um animal era tão eficaz quanto ela  e tinha menos probalidade de provocar resultados secundários e desastrosos. Estavam criadas as condições para a eliminação de doenças contagiosas e melhoria das condições da vida humana um objectivo,  um desígnio dos homens da ciência e das convicções do iluminismo em que as leis da natureza deviam estar orientadas no sentido de melhorar a condição humana.