sábado, dezembro 22, 2012

Max Roemer um pintor germânico que fez da sua obra um culto a cultura madeirense ....

As ruas e as travessas ... uma constante na sua obra.


A Corsa um veículo de tracção por excelência até meados do século XX


A rede um meio de transporte senhorial e popular conforma as épocas e as circunstâncias


O Carro de bois um ícone do turismo madeirense até ao último terço do séc.XX ?...




Max Wilhelm Roemer, nasceu em Hamburgo a 22 de Novembro de 1878 e foi baptizado na igreja luterana de São Jacob, com cerca de uma ano e um mês no dia de Natal de 1879. A 24 de Maio de 1902, contraiu matrimónio com Louise Kaetchen Parizot, natural de Java e a quem se deve a sua passagem pela Madeira, segundo os contemporâneos de Max Roemer. De facto, as suas origens no sudoeste asiática, não eram bem vindas na Alemanha onde a crença da raça pura já circulava por todos os estados germânicos nos anos 20. Mas, Louise Parizot, do ponto de vista social se encontrava num patamar superior a Marx Roemer, na verdade era filha de um alemão (?) e os seus avós paternos eram oriundos de boas famílias parisienses, pelo lado materno, era neta do Conde Raden Ati Patti Sokro Nogaro, regedor de Soerabia. O seu pai, era um distinto monárquico, cuja origem parisiense só a perdeu quando se exilou na Alemanha, adquirindo a naturalidade germânica. Porém, tratava-se de um jovem aristocrata, com uma vida atribulada, mas feliz e cheia de aventura, terá sido um corredor de cavalos amador, percorreu dois continentes o europeu e a asiático, mas particularmente a China onde viveu durante vinte anos distinguindo-se como um exímio cavaleiro. Antes de se radicar na ilha de Java onde exerceu o cargo de director de empresa de incêndios e onde Louise Perizot foi apenas mais uma filha dos vinte cinco, do Conde Raden Nogaro, que foi esposo de treze mulheres. Louise perdeu a mãe com um ano e a cuidado de uma antiga governanta da família foi educada na Suiça. Conheceu Max Roemer quando este decorou as salas de recepção do Dresdner Bank e o Palácio Municipal de Berlim, encantado com a coloração e a feição exótica de Loiuse iniciou-se uma longa aventura matrimonial, antes porém surgiram os primeiros filhos, quando Max Roemer se alistou como soldado na infantaria alemã, durante a I Grande Guerra. Esteve nas campanhas da frente oriental e na cidade grega de Salónica, sendo promovido a 1ª cabo e decorado com a Cruz Hanseática, Cruz de ferro de Combatentes e ainda com a Insígnia dos Feridos, que pressupõe que foi provavelmente vítima em alguma circunstância do conflito de guerra, mas não existe nenhum documento que possa fazer essa prova. De regresso, à Pátria a sua esposa queixava-se dos invernos frios de Hamburgo e as condições financeiras da família estavam debilitadas pelo surto inflacionista gerado pela Grande Guerra. Um novo destino, esperava a família Roemer, na verdade Bente Olsen, um amigo, um ex- bailarino escandinavo falava-lhe da ilha da Madeira, do encantamento das suas flores, da simpatia da população e do sol …. E fazia-lhe frequentemente a sugestão de se radicar na ilha em várias das suas cartas dirigidas a Max. A ideia, de voltar a uma ilha não motivava a sua esposa, mas com os seus três filhos o casal desembarca no Funchal, no dia 27 de Maio de 1922, após a escala do vapor brasileiro “Curvello” que se dirigia para o Rio de Janeiro. A primeira residência dos Roemer situou-se em São Roque, com dezassete anos de vivência na capital funchalense muda-se para a Estrada Monumental antes de se fixar na freguesia de São Martinho, na Nazaré e nos últimos cinquentas de da sua vida, viveu no Funchal na Rua Major Reis Romes, nº8. Na capital madeirense curiosamente, não se integrou na comunidade estrangeira, convivendo de forma afectiva com a população local, cortou relações de amizade com o seu velho amigo Bengt Olsen a quem lhe prestou auxílio económico, não estabeleceu grandes relações com a comunidade alemã que residia na ilha, a amizade com o médico dentista Karl Friedrich Rohwedder que era nos anos trinta adepto do nacional-socialismo ou com o cônsul Wilhelml Hoffman, que chefe do Partido Nazi, local que com alguma dificuldade lhe anunciou que não podia pertencer ao partido, acabaram prematuramente. Segundo o testemunho da sua filha, essa notícia não lhe causou qualquer estado de alma, pois o facto de a sua mulher ser javanesa não lhe conferia, o tal desígnio de pertencer à raça superior. A única excepção na comunidade alemã, era outro nacional-socialista, de nome Uhse, técnico de um moinho de trigo, que lhe adquiria com regularidade alguns dos seus trabalhos. Entretanto a sua vida quotidiana, decorria com maior normalidade, entre umas braçadas a mar aberto, ginástica pela manhã e umas cavalgadas, no seu cavalo, humanizado chamado de “Pedro” preenchia-lhe os tempos que eram doados aos tempos artísticos. A sua obra, seria desde logo, reconhecida por António Nóbrega, pintor madeirense que com Max Roemer executou alguns painéis da Igreja de São Vicente. Todavia, a sua temática artística, ficou desde logo planificada com o que a cidade lhe proporcionava, as ruas, as travessas, os costumes e as paisagens, utilizando as técnicas mais variadas, desde o guache, o óleo ou a aguarela. Um pormenor, contudo marca a sua obra, evidenciando a sua identidade germânica, as caras das pessoas, que na maioria das vezes não traçam com clareza o rosto e os traços madeirenses, mas alemãs. Parte desta obra era vendida directamente nos hotéis a turistas nacionais e estrangeiros, em especial a ingleses. Outros trabalhos artísticos, desenvolveu na capital madeirense, nomeadamente desenhos para cartazes de publicidade para os cinemas locais, por vezes recebia alguns bilhetes por troca,  para si e para sua filha Valeska. Cartões de Boas Festas foram outro tipo de actividade artística que desenvolveu para a Casa Africana, em 1935 tais cartões apresentavam a seguinte legenda e foram objecto de publicidade no Diário de Notícias – nº18 336, de 11 de Dezembro de 1935 : “Get your especial X. mas Cards painted by Max Rmmer/at/ Africa House/ the rights places for your X. mas Shop – ping at moderade price”.  Max Roemer viria a falecer com 81 anos, após uma forte gripe que o debilitou durante 14 dias, tendo sido sepultado no antigo cemitério das Angústias do Funchal perdendo-se a sua sepultura para sempre. Dos seus filhos, Anita seguiu-lhe os seus passos, como pintora mas morrendo prematuramente aos 29 anos de tuberculose em 30 de Outubro de 1934 e Valesca, que também faleceu no Funchal a 25 de Agosto de 1988, que no fim da sua vida curiosamente conservava ainda o sotaque germânico, apesar de ter feito toda a sua vida na Madeira, reproduzia com alguma qualidade, os quadros do seu pai para os amigos. A senhora Roemer, também terminaria os seus dias no Funchal (4 de Abril de 1977). O seu filho, Rolf seria o único que voltaria a Hamburgo, onde foi intérprete, tradutor e correspondente do Diário de Noticias do Funchal, tendo em 26 de Abril de 1984, oferecido à Região Autónoma da Madeira, o património artístico, desenhos e pinturas, do qual foi receptor deste acto, o Secretário regional de Turismo, João Carlos Abreu. De resto, Max Roemer considerava a Madeira a sua segunda Pátria e os madeirenses souberam honrar a sua memória, com a primeira exposição realizada entre 1 e 11 de Janeiro de 1961, sob iniciativa do Dr.Wiliam Clode, Coronel Eduardo Ferreira, Engº Peter Clode e o pintor Louro de Almeida, nessa exposição levada a cabo na Academia de Música e Belas Artes da Madeira, foram expostas algumas obras realizadas antes de se radicar no Funchal como por exemplo, as que mostravam “As trincheiras da Primeira Guerra Mundial.” A obra de Max Roemer está conservada no Museu das Cruzes do Funchal e a sua memória foi novamente evocada em 1998, data correspondente o 110º aniversário tendo-se realizado uma exposição itinerante pelos Concelhos da Madeira e Porto Santo de dezoito aguarelas do pintor.                    

quarta-feira, dezembro 19, 2012

O Modernismo em Portugal ....






António Souza Cardoso, Tristezas.Cabeça - (1912), Óleo sobre tela.


Guillerme Santa Rita (1912), Cabeça, Óleo sobre tela.


Dórdio Gomes, Éguas de Manada, 1929, óleo sobre tela.

No princípio do século XX, as letras foram marcadas em Portugal por duas correntes literárias antagónicas; o Integralismo Lusitano, e a corrente do movimento Seara Nova. O primeiro, de que faziam parte nomes como António Sardinha, Hipólito Raposo e Rolão Preto, tinha raízes conservadoras, monárquicas e católicas; o segundo, cujos nomes mais conhecidos foram os de António Sérgio, Jaime Cortesão, Raul Proença ou Aquilino Ribeiro, situava-se na linha do nacionalismo e apresentava preocupações político-sociais e democráticas. Esta segunda corrente que deu lugar ao modernismo, reflectia as estéticas de vanguarda que no ínicio do século XX, manifestavam-se na Europa, mas não tinham uma linha programática dominante, por isso mesmo era possível uma associação à persistência de linguagem tradicionais frente a manifestações de linha cubista, futurista ou dadaísta. ( Casos das influencias do futurismo e do cubismo, nas obras de Santa Rita, Almada Negreiros e Amadeo Souza Cardoso. Outro aspecto que não podemos ignorar a influência de artistas portugueses que residiram no estrangeiro e de estrangeiros que desenvolveram parte da sua obra em Portugal (caso do Casal Delaunay que instalou-se em Vila do Conde onde desenvolveu parte da sua obra no nosso país).. O primeiro modernismo português (1911-1918), centrou-se em torno da Revista Orfheu, veículo de difusão do modernismo,  dele fazendo parte nomes como Mário de Sá Carneiro, Almada Negreiros e Fernando Pessoa. O modernismo português, surgia ainda no contexto da crise de consciência colectiva do pós-guerra, caracterizou-se pela ausência de qualquer ideologia, pela denúncia da decadência e da mediocridade da literatura, pela necessidade de romper com o saudosismo e o provincianismo que afastavam Portugal das grandes tendências literárias europeias. Almada Negreiros e Santa –Ritta Pintor, figuras de destaque do primeiro modernismo , empenharam-se de uma maneira particular na divulgação do Futurismo, que todavia não tiveram grande adesão do público. Fernando Pessoa foi o principal expoente do Orpheu e da poesia portuguesa. O sentido de mudança, a inquietação perante o destino do homem, a lucidez revelada na análise de um mundo que se desintegrava sem conseguir restituir-lhe o sentido, a capacidade de se desmembrar em várias personagens, cada qual correspondendo a um perfil bem definido, conferiram à sua poesia uma dimensão que lhe granjeou enorme prestígio no exterior. Neste contexto o primeiro modernismo, procurou divulgar as suas propostas artísticas e literárias, em exposições, conferências e em revistas ( como a citada revista Orpfeu e o Portugal Futurista), numa perspectiva renovadora relativamente à sociedade e à mentalidade do país, mas esta procura pela originalidade, que incitava à revolta e à provocação, acabou por não ter o efeito desejado pelos seus promotores. Dificuldades decorrentes da escassez de públicos culturais, resultantes querdo elevado analfabetismo quer do conservadorismo dos meios urbanos mais eruditos – agravadas pela situação política do país, foram algumas das razões.  Nas artes plásticas, o modernismo, surgido em força na segunda década do século XX, manifestou-se com pintores como Dórdio Gomes, Santa Rita-Pintor e especialmente Souza Cardoso, o qual procurou realizar a síntese de diversas tendências, na medida que ele próprio se confessava impressionista, cubista, futurista e abstraccionista. Uma segunda geração de modernistas, de que faziam parte José Régio, Miguel Torga e Adolfo Casais Monteiro, lançou a revista Presença (1927), em Coimbra. Continuando a proclamar-se como não doutrinários e sem filiação política, reagiram contra a literatura academizante e preferiram centrar-se na análise introspectiva, na confiscação ou na expressão da individualidade. Mas uma vez mais, os artistas continuaram a deparar-se com a rejeição pelos organismos oficiais, pelo que as exposições independentes que realizavam, de forma individual ou colectiva, a única forma de afirmação deste novo ciclo modernista que marcou os anos 20 e 30.             

domingo, dezembro 09, 2012

A afirmação da raia luso espanhola no Alentejo ....



A vila de Elvas situava-se no eixo da guerra guerreada ....


Badajoz entre a diplomacia e a guerra foi um palco de conflito na Idade Média

A raia do Alentejo na margem esquerda do Guadiana teatro da guerra medieval
(in João Gouveia Monteira;Os Castelos Portugueses, p.31) 


 A Nobreza senhorial da Extremadura desde sempre assegurou a soberania regional


No Norte Alentejana a cordialidade superou os conflitos nacionais e da região ...



            Na época medieval, a linha de fronteira entre Portugal e Castela no Alentejo, ficou definida sem dificuldade de maior, até ao século XII, mas torna-se um espaço de confrontação, uma vez que a impossibilidade de entendimento, na fixação definitiva da linha de demarcação da raia é uma realidade que atravessa quase dois séculos. A presença muçulmana neste vasto território foi determinante para as aspirações do nosso primeiro monarca, D. Afonso Henriques ainda antes do fim da sua carreira de armas irrompeu várias vezes pela Extremadura Espanhola, chegando a ocupar as cercanias de Cáceres o lendário General Sem Pavor, não deixou de assediar as terras além Guadiana numa tentativa de incorporar as terras castelhanas, no novo reino que estava ainda em pleno alargamento das fronteiras. Ao mesmo tempo, assistia-se no centro e sul peninsular, o avanço sem precedentes das várias forças vários reinos cristãos em formação, tal como a Nobreza da região Entre Douro e Minho, a Leonesa e a Aragonesa, marchava com as suas milícias num processo político que em parte não era mais que uma expansão feudal que era necessário clarificar. Com esta finalidade a diplomacia expressa-se quando se firma o tratado de Badajoz em 1267, que não é mais do que a confirmação de um outro assinado em 1252-1253 e cujas fontes não mencionam em que circunstâncias. Na verdade e apesar, das várias iniciativas luso-castelhanas, a linha que consagrada a realidade peninsular luso-castelhana em terras do sul, foi sem dúvida o Tratado de Alcanices (1297). Os protagonistas foram os monarcas, D. Dinis de Portugal e D. Fernando IV de Castela. Por este acordo Castela cedia a Portugal algumas populações extremenhas como Campo Maior, Ouguela e especialmente Olivença. Se consolidava assim a fronteira mais antiga da Europa. Mas, apesar de tudo, a clarividência da realidade raiana de uma fronteira definida não se deslumbra antes de finais do século XIV, momento em que a conjuntura de guerra, castiga violentamente as populações localizadas na raia de ambos os lados. Nos finais do século e com o tratado de Alcoutim de 1371, sem interesse prático, evidenciava um verdadeiro esgotamento da conjuntura de guerras de assédios e as tréguas, novas negociações surgem em 1393 e 1402, os cenários seleccionados para os encontros diplomáticos ocorreram nas vilas de Olivença e Villanueva de Barcarrota. Mais a paz duradoura só é firmada no Tratado de Ayllón em 1411  e confirmada em 1431 quando se promulga as conclusões do Tratado de Almeirim. Mais uma vez mais, as relações cordiais entre os dois estados foram afectadas com a crise política de 1440-1443 mas sem os efeitos dos conflitos (guerras Fernandinas)  que marcaram as terras do sul do Alentejo e da Extremadura. O Tratado de Elvas assinado em 1456 trouxe a acalmia as hostes da nobreza de armas de ambos os lados, mas a guerra civil castelhana que explodiu em 1475 abre as aspirações ao projecto Ibérico e D. Afonso V sonha ampliar o seu território, as forças portuguesas semeavam o pânico ao entrar em terras extremenhas, semeando o medo mas também a morte em ambos os lados da raia nacional uma realidade dominante na época medieval. Todavia, numa análise mais real e autêntica, com base nas fontes, com exclusão das guerras fernandinas, verdadeiros confrontos entre as hostes nacionais e senhoriais, de Portugal e Castela. A verdade é que a “guerra guerreada” foi a  de facto, o modo de conflito dominante, tratava-se de obter grandes quantidades de gados ou fazer um determinado número de prisioneiros, em troca do respectivo resgate. Não podemos deixar de referir nesta categoria de eventos, os cercos às vilas de Coria (1386); Alcântara (1400) ou os assaltos aos castelos de Cortijo e Lobon (1382) ou ainda a ocupação de Badajoz em 1396. Aliás, esta actividade militar intensa quase sempre gizada a partir de Elvas acabou por provocar o empobrecimento e o desaparecimento temporal de uma parte da população de Badajoz, mas em ambos os lados viveram-se tempos de alerta e de tensão e de descuido da organização económica, por abandono dos campos. Todavia, na raia alentejana uma realidade foi indiferente há guerra, tal como o movimento de pessoas, gados e mercadorias, que passavam aparentemente de um estado para outro, os Melo e os Gama, de Olivença, apesar da sua origem nobre, eram os maiores contrabandistas de cavalos e armas, nomeadamente o pai de Rui de Melo que viria a ser alcaide mor do castelo de Elvas, mas a norte da raia alentejana, a boa vizinhança alimentava as relações entre Marvão e Valência de Alcântara e mais o sul o despovoamento contribuía para um clima bélico pontual, de tal forma que as guerras de fronteira na linha da raia alentejana era compreendida de forma diferenciada em função de uma população que compreendia os conflitos bélicos de forma diferença.                 

quarta-feira, novembro 14, 2012

Nos anos 30 no tempo do "Hidroavião" nas ilhas atlânticas ....


Levantando voo na baía do Funchal (1935)


Amaragem na baía da cidade do Funchal 

Amaragem na baía da Horta 

Preparando a partida na baía da Horta

As vanguardas artísticas e as novas propostas pictóricas ...




Pablo Picasso, Les Demoisells d´Avignon, óleo sobre tela, 24.9 x 233,7 cm 

Umberto Boccioni, A cidade ergue-se, óleo sobre tela, 199.3cm x301 cm.  

Piet Mondrain, Composição em Cor, óleo sobre tela, 50x44 cm

Salvador Dali, Construção mole com feijões cozidos, Óleo sobre tela, 51 x78 cm

A literatura nas artes acompanharam as inovações introduzidas no campo da ciência e técnica. De um modo geral, as mudanças verificadas no campo da criação literária e artística caracterizaram-se pela proliferação de inovações e pela diversidade de experiências de vanguardas culturais que procurando romper com o passado, deram origem ao modernismo. No campo das artes plásticas, as grandes tendências centraram-se na construção de um novo universo plástico através da exaltação da cor, do desmantelamento da perspectiva renascentista e da construção de uma nova visão do espaço. Assim o expressionismo  concebia a arte como a expressão do mundo interior do artista (as suas angústias ou inquietações), pelo que a obra de arte poderia distorcer as formas ou cores dos objectos representados), cujos principais representantes são Ernest Kircher e Edvard Munch, procurou exprimir na pintura os dramas da condição humana (miséria, angústia, injustiças e solidão) através da deformação intencional das formas e dos contornos, da utilização arbitrária da cor e da ausência da perspectiva clássica, substituída por tonalidades contrastantes. A exaltação da cor é, por sua vez, a característica mais saliente do fauvismo  ( Caracterizado pela utilização expressiva e intensa da cor, sem preocupações de exactidão em relação à realidade)  Matisse, Rouault, Dérain) através do uso dos tons puros e fortes, abandono das regras claro-escuro, do permenor de representação do real ou da perspectiva, o que implicou o regresso à bidimensionalidade da pintura. Entretanto, Pablo Picasso e George Braque provocavam uma revolução na arte ao decomporem os objectos e as figuras em formas geométricas (cones, cilindros, esferas), colocadas na tela em planos e perspectivas diferentes, provocando deste modo o desmantelamento da perspectiva renascentista. O cubismo (caracterizado pela decomposição das objectos e das figuras geométricas colocadas em planos e perspectivas diferentes, provocando o desmantelamento da perspectiva renascentista e a emergência de uma quarte dimensão na pintura, conseguida através de diversas visões simultâneas dos objectos) destrói a realidade, não possui qualquer relação com ela, é uma abstracção. Emerge uma quarta dimensão na pintura através de uma visão intelectualizada do espaço, que possibilita a visualização dos objectos sob diversas perspectivas em simultâneo. Por outro lado, com origem na Itália, surgiu o futurismo, propondo a supressão da tradição e a introdução de temáticas relacionadas com a velocidade, a mudança e o dinamismo característicos da vida moderna (máquinas, pontes, aviões), recorrendo a técnicas do cinema e da fotografia, como a decomposição de formas e cores, a alternância de planos ou a sobreposição de imagens. Se, com o cubismo, a pintura já aparece desligada da realidade visual, é, porém com o abstraccionismo (que concebe a obra arte como reflexo do estado de espírito do artista, o que supõe a sua abstracção relativamente ao real e o desaparecimento da representação dos objectos, substituídos por linhas, cores e formas que valem apenas por si )  , iniciado por Kandisky em 1910, que o artista transforma o quadro em pintura não figurativa, rompendo em definitivo com a perspectiva clássica, seja através de uma linguagem matemática onde o jogo da cor e as linhas procuram representar uma realidade oculta ( abstraccionismo geométrico, de Piet Mondrian), seja através de formas orgânicas e cores vibrantes ( abstraccionismo expressionista, de Kandisky. Ligado à psicanálise de Freud, surge o surrealismo (Dali, Max Ernest e René Magrite), cujos princípios assentam na crença da superioridade de algumas formas de associação, na importância para a produção artística de toda a criação gerada a partir do sonho e do inconsciente, fora, portanto, da vigilância da razão e do consciente, na procura da libertação interior. Os surrealistas usam fragmentos fotográficos fazem colagens, pintam sobre velhos painéis, ou seja, fazem surgir a obra de arte a partir das banalidades do quotidiano. É possível, entretanto destacar duas tendências: uma, figurativa, de que se destaca Salvador Dalí, caracterizada pelo recurso à associação interpretativa de fenómenos delirantes, como a alusão a desejos reprimidos ou a resíduos do passado; outra abstracta, de Joan Miró, valorizando o recurso à associação de símbolos provenientes do seu imaginário. Finalmente, percursor do surrealismo, nascido também na Suiça o dadaísmo  ( caracterizado pela recusa do racionalismo, da arte e da literatura tradicionais, que valoriza o acaso, o absurdo, o espontâneo, a dúvida, o instinto, o inconsciente e o indíviduo). Principais representantes , Marcel Duchamp, Francis Picabia e Hans Harp) propunha que a cultura se libertasse das suas regras lógicas, de forma a deixar brotar o instintivo e o escandaloso, através, nomeadamente, do insulto ao talento e ao génio, pelo menos nas formas que eles normalmente assumiam.-                                

domingo, outubro 28, 2012

Edvard Munch um pintor das ansiedades ....



Edvard Munch, O Grito, 91x73.5cm, 1898, sobre papel, Galeria nacional de Oslo 



Edvard Munch, Puberdade, óleo sobre tela, 1895, 151,4 x 109.9cm. Galeria Nacional de Oslo


Edvard Munch, Raparigas numa ponte, óleo sobre tela, 135.9 x 125.4 cm, Galeria Nacional de Oslo

Edward Munch (1963-1944) – sem dúvida uma das referências das vanguardas artísticas, cuja obra se destaca pelas suas intensas e torturadas imagens, de grande carga psicológica, que reflectem ou encarnam a mentalidade depressiva e angustiada da cultura nórdica do fim do século.  Estes sentimentos estão subjacentes no quadro mais famoso de Edvard Munch, "O Grito" que mostra a ansiedade e o medo, que reinava em finais do séc. XIX. A personagem representada, simboliza o desespero humano que marcava essa época de transição num contexto cromático em que o ritmo das linhas longas e sinuosas parece fazer com que o eco provocado pelo grito transborda por todos os cantos do quadro, transformando o céu e a terra em uma grande cena d horror. A sua obra de uma geral foi influenciada pela paleta cromática dos pintores do impressionismo francês. Nas suas obras em relação à representação feminina, a mesma surge vitimizada e ameaçadora e na linha dos seus quadros de um simbolismo subjectivo está patente a sua própria luta interna com as relações sociais e com a sexualidade. Na obra "Puberdade"  Edvard Munch, evoca simultâneamente  a atracção e repulsa do inconsciente explorado por Sigmund Freud. Mas é evidente, que o pintor nórdico, não estava interessado em revelar a vulnerabilidade da rapariga, mas sim em mostrar compreensaõ e empatia. Apesar da perturbação interior, o retrato possui uma austeridade formal e solenidade reminiscente de retratos de Cristo em sofrimento. Tanto no seu estilo como na sua temática, as suas representações foram importantes para a afirmação e consolidação do expressionismo alemão.    

quarta-feira, outubro 24, 2012

O gótico na planície ....



A Catedral de ÉVORA um espaço arquitectónico de transição.

A simplicidade do Portal da Igreja de S.Pedro em Elvas

Vista parcial do transepto da Igreja de São Domingos (Elvas)

A Igreja - Fortaleza de Terena


O Castelo Gótico (Mértola) e a sua posição estratégica 

Na longa planície alentejana em plena da Idade Média edifica-se as primeiras manifestações e influências artísticas oriundas da Ilha de France e da região de Champagne, o sul de Portugal torna-se um feudo da arquitectura gótica. Sem a majestade das grandes igrejas góticas de Chartres, Reims ou Amiens, a igreja monacal domina a paisagem alentejana, são baixas e atarracadas e os vitrais ainda não predominam nos seus alçados, evidenciando uma técnica construtiva mediana num espaço em que o teatro de guerra marca os tempos da vida quotidiana. Com um programa construtivo, modelar destacam-se as três naves cortadas por um transepto saliente, amplo e iluminado, por largas janelas maineladas, que se abrem nos dois topos. As cabeceiras de cinco capelas abobadas que comunicam entre si por estreitas passagens têm um só andar e a capela mor que centraliza os actos de fé nos templos góticos, são normalmente caracterizadas pelos seus amplos vãos, de cinco panos iluminados por estreitas frestas e cobertas por abóbadas de ogivas. Mas na arquitectura gótica, na planície alentejana destacam-se a uma série de intervenções pelos mestres pedreiros medievais que rompem com a vulgaridade construtiva. Na Catedral de Évora, romântica-gótica, a solidez da sua fachada e a elegância dos seus volumes, é perfeita e harmónica, apesar do acabamento das três torres serem de épocas diferente. Exteriormente os volumes das torres harmonizam-se com as fachadas laterais, a que se situa a Norte é amparada por contrafortes e iluminada por frestas, a técnica de construção ainda não permitia a elevação das naves, de resto o arcobotante à maneira gaulesa, só seria introduzido mais tarde na igreja e mosteiro de santa vitória na Batalha. Em São Domingo de Elvas, destaca-se a capela-mor contemporânea da catedral de Évora e com semelhanças na sua tipologia, mas tecnicamente mais evoluída, não é por acaso que é considerada uma das obras-primas da arte gótica em Portugal, tratando-se de uma capela ampla e elevada de magníficas proporções em que os feixes dos arcos terminam à mesma altura. Notável a colocação das ogivas que assentam em colunas de secção poligonal sem capitéis decorados, as frestas rasgam-se desde os panos das abóbadas até perto do solo. Em São Francisco de Estremoz a organização da cabeceira caracteriza-se pela sua originalidade do número de capelas: três e pela suas naves esguias uma características das igrejas mendicantes na região que se observa em São Domingos de Elvas e mais tarde na igreja manuelina de Olivença. Mas a organização das naves aproximam as duas igrejas mendicantes alentejanas, com cinco tramos nas naves e com uma fachada de três corpos alteradas nos séculos XVI e XVII. Num região habituada aos confrontos bélicos, destacavam as igrejas fortificadas como em Flor da Rosa ou Terena, de uma só nave e com  várias torres, em Terena destacava-se a distribuição das massas, que dava ao templo um carácter pesado e baixo.  Na arquitectura militar, os castelos de Serpa, Mourão, Elvas, Niza e Arronches, a planta era regular, mas tinha maior complexidade no caso dos castelos do Distrito de Portalegre. As muralhas eram mais espessas e elevadas, e as torres tinham também maior altura e robustez. As torres de ângulo eram quadradas, e as muralhas eram protegidas por uma ligeira camisa e reforçadas por cubelos. Na maior parte dos castelos do sul de Portugal as diferenças situavam-se sobretudo nas proporções, na planta e nas coberturas da torre de menagem uma vez que a distância entre as torres e a posição da cintura muralhada eram praticamente iguais. Entre a fé e a assistência social a Igreja medieval fomentava indirectamente a arte e a cultura num tempo em que os ritmos diários eram marcados pelas torres sineiras num tempo rígido pela Cristandade.

sexta-feira, outubro 19, 2012

Registos históricos da Ilha Verde - S.Miguel..




Um património histórico que persiste no tempo da arte micaelense 

Lavadeiras nas Sete Cidades na aurora do século XX


O carro de bois micaelense um instrumento de trabalho antes da mecanização dos transportes


Um momento de unidade e de fé que marcou e marca todas as gerações da Ilha Verde... 


O parque Terra Nostra (Furnas) em meados do século XX entre o lazer e o turismo.

quarta-feira, outubro 03, 2012

Ernest Kirchner ... entre a emoção e a simplificação....



A Rua, 1913, 120,6x91.1cm, in Museum Moder n Art
( esta pintura foi considerada "degenerada" pelos oficiais nazis)

Duas Mulheres com Lavatório, 1913, óleo sobre tela, Galerie Stâdtische-Frankfurt 


Rapariga em Sofá Verde, óleo sobre tela, 96.5cm x 96.5 cm, Museum Ludwig. 

Desfileiro Zügen, Porto de Monstein, 1919/1920, Óleo sobre tela, 119x119 cm,
(Davos, Kirchner Museum) 


Ernest Ludwing Kirchner (1880-Aschaffenburg / 1938-Frauenkirch) um dos pintores e artistas gráficos de referência do grupo Die Brucke, famoso pelas suas cenas berlinenses de grande tamanho, que tanto contribui para que fosse considerado uma dos mais importantes representantes do expressionismo alemão. Iniciou o seu percurso artístico associado ao grupo artístico Die Brücke ( da ponte) em Dresden, cujas obra se caracteriza por uma imaginação intensa complementada com um carácter emocional violento. Na sua temática neo impressionista, Kirchner começou por assimilar a influência de Munch e Van Gogh e do Fauvismo, visível na simplificação das formas e nas cores, assim como no acto de separação entre o cor e o objecto. Em 1911, na sua passagem por Berlin e deveras inspirado no Cubismo, desenvolveu uma linguagem formal expressiva e fragmentada.  Durante a sua participação na guerra, sofreu uma crise nervosa. Radicado na Suíça em 1917, centrou a sua temática na pintura de paisagens montanhosas simplificadas e dinâmicas com cores luminosas e abstracções ornamentais.         

sábado, setembro 29, 2012

1.9. As grandes Casas aristocráticas no Alentejo Quinhentista



A Casa de Bragança reforçou a sua posição no sul do território com a paz após a crise Geral do Séc.XIV


Os duques de Bragança afirmavam o seu poder fundiário no Alentejo Central.


As Casas nobres rareavam no Baixo Alentejo.


Os séculos XIV e XV foi um tempo de paz e prosperidade, de transição entre a Paz e a Guerra, entre a consolidação e organização administrativa num tempo que o horizonte da Pátria Lusitana se perpetuava para terras de Além Mar … todavia em terras da planície se estabeleciam os laços com as grandes casas da nova dinastia, a Casa do Infante e a Casa de Bragança. Os Bragança chegavam ao Alentejo, na figura de D. Fernando, Conde de Arraiolos, e mais tarde o senhor da Casa de Bragança, que lançara as raízes do seu ducado no Alentejo, depois de receber do seu avô a vila de Arraiolos, mas o seu potentado estendia-se pelo Alto Alentejo recebendo as rendas e os direitos das vilas de Estremoz, Sousel, Alter do Chão, Vila Formosa, Borba, Monsaraz, Portel, Vidigueira, Frades, Vilalba e Vila Ruiva. Senhor integral de Vila Viçosa possui igualmente rendas e direitos da vila de Beja. Todavia, o reforço da Casa de Bragança nas terras do sul, tornou-se evidente durante o reinado de D. Afonso V  quando nomeou o seu irmão D. Fernando senhorio do conjunto de Moura e Serpa. De resto o monarca reforçou a presença dos Bragança por todo o território nacional com a criação de trinta e seis casas por todo o território, destacando-se a de Olivença nos confins dos limites da ampla fronteira do Alto Alentejo. Mas durante o séc. XV, o Alentejo passou a desempenhar um papel importante na vida do reino, graças à política ultramarina, numa época em que as terras da raia face à paz com Castela perdiam a sua posição de bastião da defesa da fronteira e apenas Évora já então o maior centro populacional a sul e referencia para a nobreza mais abastado do reino que edificava as suas casas palacianas e cimentava cada vez mais essa posição na medida que a mesma se localizava na rota dos caninhos para o Algarve. A casa do Infante Dom Henrique, ficaria definitivamente ligada às terras da planície quando a 7 de Abril de 1408 por carta régia lhe foi concedido um vasto património na cidade de Évora onde passaria largos meses após a descoberta do arquipélago da Madeira.  Nas terras de Entre Tejo e Guadiana, contavam-se cerca de quatro dezenas de serviçais em funções tão diversas como:  besteiros do couto (9),  escudeiros (20), cavaleiro (9) e um número incontável de  criados, que se difundiam um pouco por todo o Alentejo ; Alcácer (2), Beja (3) Castelo de Vide (2); Castro Verde (1); Elvas (4); Estremoz (1); Évora (8); Messajana (2); Montemor O Novo (6), Moura (3); Nisa (7) ; Odemira (1); Portalegre (6) e Serpa (1).  Entre a fidalguia da Casa do Infante, destacava-se  figuras como Nuno Tristão de Elvas, descobridor do Cabo Branco, D.Rui de Melo, Conde de Olivença e Governador da Praça Militar de Tânger e um dos seus sucessores D.Duarte de Meneses cuja família mais tarde se fixou em Elvas; Diogo Subtil que foi administrador e juiz ao serviço de D. João  IV após a Cise Geral do séc. XIV; o Cónego da Sé de Évora, Fernando Afonso Cicioso, que recebia a tença anual de 350.000 rs e possuía um rol de propriedades no valor de 300 dobras de ouro; Men Afonso de Évora que após a redescoberta da Madeira torna-se uma das figuras mais influentes da administração da Casa do Infante no Funchal e algum tempo um rico produtor de açúcar durante o ciclo madeirense. No Alto Alentejo estas duas grandes casas evidenciavam a afirmação dos poderes públicos e da fidalguia sobretudo relativamente a região sul de Beja quase marginal, quando o eixo que vai de Montemor-o-Novo a Estremoz passando por È Évora e que só raramente se afirma na cidade alentejana do Baixo Alentejo.                     

quinta-feira, setembro 20, 2012

Francis Bacon ...uma referência da figuração contemporânea



Papa Gritando, colecção William Burden, Óleo sobre tela,  152X118 cm (1971)


Study Ford Head, Tate Modern, Óleo sobre tela, 360x305 mm


Três Estudos do Homem de Costas, Óleo sobre tela, 198x147.5 cm, Kunsthaus Zürich 


Francis Bacon ( Dublin -1909 / Madrid -1992) é um dos mais destacados pintores britânicos do pós guerra,  cuja obra apresenta como temas centrais a representação da sociedade, a crueldade do indivíduo e a representação das figuração em interiores. Natural de Dublin, inicia a sua actividade profissional como desenhador de móveis e interiores, descobrindo a actividade pictórica como autodidacta na década de 1930 para se dedicar em exclusividade após a Segunda Grande Guerra. Profundamente impressionado pelo Surrealismo, as suas representações visionárias do retrato da condição humana aparece como suspensas, num conflito entre o controlo, o medo, a agressão e a dor. No seu processo criativo, Bacon se inspirou tanto nos apocalipses de Bosco, como em Wiliam Blake, Edvard Much ou Vicent  Van Gogh. Nos seus retratos explorou sem cessar variações em que o tema tinha como objecto a introdução de figuras em espaços interiores. A sua rigorosa estruturação contrasta com o efeito sugado nos quais as figuras surgem quase mutiladas, ejectadas com pinceladas e colores muito expressivas. Para além do retrato propriamente dito executou numerosos trípticos e é considerado uma das figuras de referência no renascimento na arte figurativa na Europa.         

sexta-feira, agosto 31, 2012

Grandes rios portugueses ....



Rio Douro e os famosos barcos rebelos ....


Coimbra das tradições e Mondego das Lavadeiras


O Tejo  a caminho do  seu segundo ano de vida no Século XX ...


O Zêzere domesticado pela então recente Barragem de Castelo de Bode ...


O Guadiana adormecido junto a recém baptizada Avenida da República ...

quarta-feira, agosto 29, 2012

Paul Cézzane - Uma referência do Pós-impressionismo ...


    
 
Paul Cézanne, O fumador, Óleo sobre tela, 1895, S.Petersburgo.

 
Paul Cézzanne,Banhistas, Óleo sobre tela, 1890-1892, Musée Orsay (Paris).  


 
Paul Cézanne, NaturezaMorta, 1897-1882, Óleo sobre tela, Colecção Oskar Reinhart   
 

Paul Cézanne ( 1839-1904) – Nasceu na cidade francesa de SAix-en-Provence e se converteu num dos pintores de referência da época contemporânea. A sua obra tende estabelecer uma ponte entre os estilos mais tradicionais do século XIX e as mudanças radicais que trouxeram consigo as vanguardas do século XIX. Pós-impressionista, os seus trabalhos pictóricos foram marcados por um estilo poderoso e pessoal que influenciou notavelmente os seus contemporâneos, assim como os movimentos estilísticos posteriores. O seu modo de representação pictórica se baseava num método construtivo de adição de planos de figuras para criar um todo, tal ideia voltaria a ser aplicada por Picasso e Braque. Cézanne inspirou-se na arte dos impressionistas e se centrou na exploração de objectos como conglomerados de formas. Estava mais interessado na visualidade da pintura do que no tema do quadro. O desejo de pintar o mesmo tema é outra das suas características, como as montanhas, laranjas e maçãs. Os efeitos luz e a perspectiva foram também objecto de um estudo metódico, através dos quais se destacava distintas facetas do objecto, que captava utilizando distintos planos de cor e ou mesmo tempo que mostrava diferentes componentes geométricos dos objectos. Ao fracturar a forma dos objectos, procurava mostrar as mudanças que se produziam os objectos segundo a sua posição no espaço. Por estas ideias revolucionárias sobre a técnica pictórica e tratamento temático, as suas influências manifestaram-se na arte dos expressionistas, cubistas, fauvistas e mesmo nos futuristas ….