terça-feira, fevereiro 28, 2012

A Imperatriz Iasbel Eugénia (Sissi) e a sua presença em solo madeirense...

A imperatriz Sissi nos tempos das temporadas na Madeira

Quinta Vigia no tempo do Hotel Atlântico - um século antes era um lugar das vivências de Sissi


 Aposentos da Imperatriz da Áustria no seu Palácio (2009) 

A família Imperial no Passeio Público em 1922 

Segundo Silva Menezes, Isabel Amália Eugénia, vulgo Sisi passou duas temoradas na Ilha da Madeira, a primeira datada de 29 de Novembro de 1860 a 28 de Abril de 1861 e uma segunda entre 28 de Abril de 1861 e 23 de Dezembro de 1893. Era a segunda filha  dos oito filhos de Maximiliano José. Segundo a documentação conhecida, a jovem imperatriz, era abalada frequentemente por crises nervosas e permanentes jejuns, o seu estado saúde agravara-se de forma preocupante por volta de 1860, de tal maneira que o seu médico particular o Dr. Skoda decidiu que a jovem germânica devia procurar com urgência um clima mais ameno. A Madeira poderá ter sido uma primeira hipótese nos meios próximos de Sissi, mas foi sem dúvida a passagem do Arquiduque Max, pela Madeira num regresso do Brasil, que influenciou a decisão de Isabel, já que o clima ameno e beleza da paisagem terão sido a razão da escolha da ilha atlântica. E em princípios de Novembro, quando circulava nas cortes europeias, a eminência da morte da imperatriz, a mesma partiu em direcção ao Funchal num iate da rainha da Inglaterra, Vitória uma vez que a corte austríaca não tinha nenhuma embarcação que possibilitasse tal viagem. De realçar também o seu comportamento invulgar, na viagem em direcção ao arquipélago madeirense, segundo os diários de bordo uma parte considerável da tripulação teria enjoado e passado mal, o que não aconteceu com a imperatriz que face ao seu estado conservava-se indiferente aos fortes temporais do golfe da Biscaia. Uma vez no Funchal, Sissi vivia em perfeita solidão nos primeiros meses, à beira mar, numa vivenda alugada junto à Quinta Vigia, o seu contacto com exterior fazia-se por cartas, na qual descrevia a sua vida sossegada e calma, traduzida pela saudade face á grande distância e à longa separação, da sua família nomeadamente dos seus filhos, Gisela e Rodolfo. Na opinião da históriador Brgitte Harmann, a partida de Sissi para à Madeira, justifica-se na necessidade de se afastar do seu esposo, segundo a mesma, as melhoras na sua saúde foram evidentes nas duas vezes que a imperatriz passou por terras madeirenses, segundo outras fontes a doença de Sissi teria sido consequência de uma doença provavelmente venérea, com que o imperador a teria contagiado. Mas , o que se conhece da vida de Sissi na Madeira são os relatos do Conde Luís Rechberg, não é propriamente da sua doença, mas da sua vida deprimente, como se pode ler  “Muitas vezes fechava-se quase o dia inteiro no quarto, chorando, comendo pouco e excepção de um passeia de cerca de uma hora, vivia os dias sentada à janela” … Faziam parte do seu convívio, os póneis, papagaios e os cães, inclusivamente na sua primeira passagem pela ilha mandou vir da Inglaterra um grande e imponente cão que a acompanhava nas poucas saídas pela cidade. Na  Primavera de 1861, Sissi estava mais adaptada à sua vida na capital funchalense, tocava bandolim e vestia uma camisa de marujo, ao mesmo tempo recebia lições do elegante Conde Imre Hunyády, um húngaro que era obrigado a voltar à corte vienense quando corria a notícia da sua paixão pela imperatriz. A transformação psicológica da imperatriz parece ter sido evidente, os apaixonados sucediam-se em terras madeirenses, um almirante  de um navio russo ancorado na baía do Funchal num jantar seguido de um baile, na vivenda da Quinta Vigia, declarava que os seus oficiais estavam todos apaixonados pela sua beleza … algo que Sissi já estava habituada, na corte austríaca e que ela não exaltava pois era o tempo da princesa  parvinha e bonita … agora com cinco meses de estadia na ilha sentia-se mais à vontade nos pisos horríveis do solo madeirense que percorria durante várias horas, montada nos seus cavalos  o “Red Rose ou no Forester”, ao estribeiro-mor do Reino, diria que ele nem sequer aguentava duas semanas na ilha. Das últimas notícias da sua passagem da Madeira fica o relato de uma Páscoa fria no longínquo ano de 1861, que a imperatriz não aceitava pois tal clima lembrava-lhe a Austria , na Madeira faltava-lhe o calor habitual e  a falta de verdura que nesse ano se manifestou no solo madeirense.  Confessava também na sua correspondência que cada barco que passava lhe dava  vontade de partir …mas não para Viena, arrepiava-lhe a Corte e apenas pensava nos filhos, mas abandonar o Funchal seria noutra direcção,  Brasil ou África.  Entretanto o seu país, preparava-se para a guerra e sem notícia segura pretendia regressar à Pátria o que sucedeu algumas semanas após a fria e desoladora Páscoa de 1861. Cinco anos antes da sua morte volta à Pérola do Atlântico, já como ex-imperatriz não havendo registos desta presença, mas um episódio que fez notícias nos periódicos locais que Sisi teria iludido a segurança, tendo se deslocado à Confeitaria Felizberta, para comer bananas à mão …. E assim se regista na bibliografia romântica a sua passagem pelo Funchal onde pela primeira vez seria fotografada ….era o início da presença da Família dos Habsburgo na Madeira, onde faleceria o último imperador, Carlos da Áustria em Fevereiro de 1922 na freguesia do Monte onde está sepultado na Igreja Matriz do Monte....  Todavia, a vida madeirense era objecto de referência nas longas cartas, de outra personagem, o Conde Nobili que fazia parte do séquito de Sissi , destacando a beleza da Madeira, sem dúvida uma terra abençoada onde todas as plantas da Índia e da América do Sul rebentavam e davam flor em solo madeirense. Nos seus relatos, refere-se a boquetes e caneleiras com uma altura de 30 pés, com milhares de flores e botões em seu redor. A uma distância de 25 passos diante da casa achava-se a costa alta e rochosa, e entre todas as fendas das suas pedras vicejava um cato. Numa terra sem distracções, o Conde Nobili, descrevia as peles dos madeirenses com uma coloração próxima do couro;  o Funchal era descrito como uma cidade suja, característica, aliás do sul da Europa em meados de oitocentos e calcetada com pedrinhas pontiagudas, totalmente impróprias para as pessoas deambularem, as lojas eram pobres a convivência era inexistente.           

domingo, fevereiro 26, 2012

Linha de conteúdos:



Tópicos dos conteúdos de avaliação: (10º F e G)



A forma de organização da rede escolar uniformizada no Império Romana.

. Seguiu uma educação o mais completa possível em termos físicos e intelectuais tal como na Grécia
. Aos 7 anos os jovens iniciavam os seus estudos junto das escolas públicas situadas nos pórticos do Fórum e desenvolviam a sua actividade sob orientação de três mestres:

. O literator, que ensinava a ler, escrever e contar. E eram frequentadas por todas as crianças da cidade – que  correspondia ao ensino primário.

-Nesta fase a escola era exigente utilizando castigos violentos as crianças que não cumpriam. De resto às crianças e os jovens, ensinavam a respeitar os mais velhos, venerar os deuses e a orgulharem-se de Roma e Império.

. O grammaticus – que aprofundava o estudo da língua, da literatura e da histórias pátrias,  bem como a do cálculo e da geometria. As suas aulas eram praticamente frequentadas pelos rapazes e eram poucas as raparidas que chegavam a este nível – que correspondia ao ensino secundário.

. O rethor – que completava a formação intelectual, centrado na retórica e oratória – que corresponde ao ensino superior – permitia-lhes singrar na vida pública no âmbito da função pública e da vida política. Nas cidades gregas e helenísticas onde ensinavam os grandes mestres da matemática e filosofia.    

A rede escolar era fundamental para assegurar a unificação cultural do Império e o Estado determinava que:

. As autoridades municipais deviam assegurar a criação de escolas e os seus custos.
Proteger e conceder privilégios aos professores em termos fiscais
Custeou a actividade de alguns gramáticos e retóricos, a fim de tornar o ensino gratuito.


A importância da poesia no contexto da literatura romana

. Sob o mecenato  de Augusto no século I , Roma tornou-se num centro cultura.
. A literatura atinge o apogeu com os seguintes poetas.
- A Eneida, de Virgílio - é um canto às origens de Roma e uma glorificação dos deuses greco-romanos que permitiram a felicidade do governo de Roma.
- Horácio - poeta lírico, foi talvez aquele que mais se empenhou na defesa do regime imperial, as suas Odes estão cheias de alusões ao imperador que livra Roma de discórdias e calamidades.
- Ovídio – não se assume defensor do regime, canta o amor galante, nada de acordo com a moralização do imperador que o manda para o exílio no Mar Negro.   

O valor da historiografia no Império Romano

. Quer a literatura, quer a História, está representada sobretudo por Políbio, Tácito e Tito Lívio, justificavam e glorificavam o Império. Na historiografia romana, enquanto Virgílio exaltava o poderio romano justificando-o pela sua origem divina, o historiador Tito Lívio demonstrou uma preocupação com o rigor metodológico:

. Tito Lívio, viveu na República e no início do Império, descreveu a História Romana em 142 livros, os acontecimentos que, das origens ao ano 9 aC. marcaram o caminho da cidade ao Império. Viveu alguns acontecimentos que relatou. A sua obra é animada de um patriotismo ardente e de um profundo sentimento. 

. Políbio, de origem grega, escreveu em 40 livros, escreveu as conquistas romanas nos séculos III a II aC., a organização política de Roma, do seu exército e uma série de documentos históricos entre eles o primeiro tratado entre romanos e cartagineses.

. Tácito, que viveu entre 55 dC. e 120 dC., escreve sobre os reinados dos Imperadores desde Augusto a Domiciano, no âmbito dos costumes, vida luxuosa na corte, o poder dos homens de negócio e a vida dos soldados e dos humildes 

   
- Função da historiografia – glorificação do império e legitimação das suas conquistas.

- As principais características da tipologia do retrato na época Romana:

. o retrato, ligado ao culto dos mortos e à tradição de modelar as esfinges dos defuntos (carácter realista).
. Com a República e através das conquistas vão difundir o retrato do período clássico e helenístico, nomeadamente na representação do retrato e não na representação formal do nu clássico. 


-Evolução do retrato:

. Na tradição etrusca as primeiras representações eram mascaras de cera de culto aos antepassadas
passando a representações em mármore em que o homenageado surge representado com os bustos dos antepassados (retrato do patrício romano 

. O retrato -   que traduzia as características fisionómicas ( de olhos, sobrancelhas), boca, cabelo e a barba) e as marcas do tempo e do sofrimento humano.  (ex. Sila (chefe militar) e Adriano (filosofo).. A estátua – retrato – realizada com fins públicos, como a estátua de Augusto , em que o imperador é nitidamente representado segundo a influência da escultura grega. O corpo de herói, mas seguindo as proporções e posições, determinadas por Policleto. Representa o Chefe e simultaneamente o Deus.

. A estátua equestre em que o imperador é representado a cavalo  

- A função e as formas de representação do relevo romano:

. Fins ornamentais, comemorativos e narrativos ou histórico.
.O relevo ocupava :- estelas funerárias, túmulos, altares ( p.78 –doc.6), arcos triunfais ou colunas.

 Vários exemplos:

.Aras Pacis – altar ricamente decorado para celebrar a paz. Destaca-se dois tipos de painéis os que apresentam elementos gregos, marcados pelo gosto pela idealização, proporção e  perfeição, de temática vegetalista; e os painéis de matriz romana, sentido descritivo onde se verifica a idealização dos diferentes elementos da família real.   

.Arcos de Triunfo  - Exemplo de relevo comemorativo que consagra as vitórias dos imperador romanos 

.Colunas – Relevo domina a arquitectura visto que esta, como forma de coluna é o suporte daquele 

.Sarcófagos – Inicialmente caracterizado por um medalhão que representava o retrato de um defundo, mais tarde estão associados temas mitológicos e episódios à vida do morto. 



A organização arquitectónica dos espaços religiosos na época Imperial.

Fórum Romano:

. Centro administrativo e religioso
. Influência grega.
. Limitada por muralhas
. Conjunto monumental que integrava: arcos triunfais, templos, basílicas, palácios e estatuária variada.

Modelo urbano da cidade romana

. Limitada por muralhas e definida em duas grandes vias o cardo e documano 
. Aquedutos – desenvolvem-se com a função de levar água às cidades e termas – organiza-se em andares e definidos por arco redondo

. Basílicas – com abóbadas de aresta e semí-cúpulas nas absides laterais
- função: tribunais, cúrias, mercados, palácios imperiais e bolsa de mercadores
. Termas – mais que simples balneários  eram lugares de encontro e convívio social.  
. Anfiteatros – construções em forma elítica ou circular

. Teatros – semelhantes aos anfiteatros na forma e decoração – podiam ser espaços abertos ou fechados.


As condições políticas que determinaram a progressiva extensão da cidadania:

. A unidade do império, não só dependia da administração ou culto imperial, da força das legiões mas também do estatuto das pessoas nas suas relações com o Estado Romano. 

Direito de contrair património, direito de proceder a atos jurídicos, direito de possuir terras, direito de votar  e de ser eleito para as magistraturas
Deveres de servir no exército e o pagamento de determinados impostos ao Estado.

. O conceito de cidadania na monarquia (séc. VIII- Vac) era uma condição exclusiva dos homens livres e dos patrícios. Os plebeus apesar de livres não tinham esse estatuto.

. Na república (509aC.-27aC) – Esta desigualdade de direitos gerou entre patrícios e plebeus vários conflitos, porém a Lei ds Doze Tábuas , permitiu aos plebeus a concessão de direitos políticos.
. Todavia foi a expansão militar que favoreceu essa pretensões igualitárias face à necessidade de domino romano e como tal os plebeus adquiriam determinados direitos políticos e sociais

. Nos finais da república era um direito exclusivo dos romanos.(III aC)
. Nos I e II aC., era atribuído a estrangeiros que por actos bravuras ou serviço prestados ao serviço do Império

. Séc.I aC – Extensão de direito de cidadania a toda a Itália.  (49aC.)
. 212 dc. , o Édito de Caracala permitiu  alargamento a todos os homens livres, que não sendo romanos vivessem no Império favorecendo a integração da  províncias conquistada no Império.

Os principais factores de coesão do Império romano foram a vida urbana, o culto do imperador, o direito romano e o acesso à cidadania.


-Promoveram a vida urbana como centro de poder local e a difusão da sua cultura (federação de cidades com autonomia própria).
-Divinizaram a figura do imperador e com ela, a autoridade do estado.(adorado em todo império/garante da paz e prosperidade dos povos).
- Organizaram um conjunto de leis notáveis pelo seu rigor e amplitude (fomentando a justiça e a equidade, regulador da paz e ordem imperiais).

-Estenderam progressivamente a condição superior da cidadania aos povos dominados ( permitindo os mesmos direitos e a mesma dignidade dos seus conquistadores/deixavam de sentir-se súbitos. 


.O culto do imperador associado à figura a cultura da deusa Roma constitui um factor de unidade.  

. O processo de sistematização e codificação do direito romano: a Lei era outro factor de ordenação e da unidade de imperial.
 . Inicialmente era o costume a fonte de Direito Civil.  (Codificado na Lei das Doze Tábua-Código VaC).
 . Mais tarde, este corpo legislativo, que era a do Direito Público e Privado foi alterado. 
 . Por acção da actividade jurídica e dos magistrados, criaram uma grande quantidade de regulamentos, uma espécie de grande código civil.( os pretores aplicavam o direito através dos éditos, outros resultavam do Senado e outros do Imperador (decretos imperiais) – jurisconsultos – emitir pareceres, colaboradores dos pretores e aplicavam o direito.
. No final do séc. II, o discurso imperial torna-se força de lei, não era necessário a fiscalização da lei.
. A dinastia dos Severos contribuíram para a codificação das leis através das constituições imperiais. 
. É uma sistematização e codificação de certas práticas em certos momentos das instituições romanas.
. Adaptando-se às sucessivas realidades económicas, política e sociais até ao séc. V      
.Destacando-se o código de Justiniano que ordenou a reunião de 10 séculos de leis escritas

. O direito Romano, era o garante da ordem e justiça em todo o império um dos maiores legados à civilização ocidental.


o processo de consagração do poder imperial com a sua divinização. 

. A paz e a ordem fundamental para a divinização de Octávio (27 aC –título de Augusto =Júpiter).
. Na tradição romana era reconhecida natureza divina aos homens que realizavam grandes feitos.(inclusivé generais)
. Este organizou, moderou (virtudes imperiais) e também aceitou o seu  culto nas províncias, em Roma o seu génio (Vitória Augusta,Paz Augusta, Justiça Augusta e a Liberdade Augusta)
. Assistiu-se à construção de templos e altares no âmbito do culto imperial tanto nas províncias como em Roma.
. Após a sua morte 14 dc atribui-lhe o título divino (que rejeitara em vida).

. Culto imperial foi associada à deusa Roma, representação da cidade e do povo( força superior predestinada para dominar o mundo) . O culto de Roma e ao imperador normalmente associado foi importante para a unidade política. (garante da paz e prosperidade)



A consagração do poder imperial com a unidade do império romano.

A institucionalização da ordem imperial iniciada no ano 27 aC. por Octávio constitui um processo lento através do qual se observa a progressiva centralização do poder nas mãos de um chefe que o exerce de um modo pessoal.

. 40 - 38 aC., o Senado confiou a Octávio o império proconsular, em todo o território romano ou seja o título de imperador.
31 a ., Octávio conseguiu fazer-se eleger tribuno cônsul e princeps senatus, por esse título detinha a supremacia sobre o poder legislativo e a função de fazer cumprir as leis.
. A construção de um Estado forte e unificado, centralizando numa única pessoa todos os poderes, ocorreu em 27 aC. com a instituição do Estado Imperial, na pessoa de Octávio com o título de Augusto,  (Um título reservado aos deuses e pelo qual passou a ser objecto de culto em todo o império. A divinização da figura do imperador constitui o elemento de coesão do poder).
. 23 aC – o povo e o Senado estenderam o império proconsular a todo o espaço do Império e atribui-lhe o Poder Tribunício através do qual adquiriu o direito de propor leis, vetar as decisões do Senado ou dos  magistrados e a inviabilidade da sua pessoa.
. 12. aC, recebeu o cargo do Pontifex Maximus controlando o poder sacerdotal e religioso.
. Octávio César Augusto, conseguiu para si, uma autonomia pessoal, absoluta e de carácter quase divino, o que originou  o culto imperial .



- A importância do urbanismo no território imperial.

. a cidade como centro administrativo capazes de gerir os assuntos correntes e unidade do império
. Assim a reorganização e a criação das cidades foi uma prioridade
. o modelo romano capital do império foi seguido por todo o império (romanização).
. rodeada de muralhas, fórum, mercado, templos, teatros, termas, etc.
. questões urbanísticas, abastecimento da água, alimento, construção de vias e esgotos.
. federação de cidades dotadas de autonomia e com estruturas administrativas.



 Roma como cidade ordenadora da unidade do mundo imperial.

. 509 aC. , nasce Roma  com a vitória da aristocracia romana sobre os Etruscos.
.  A sua afirmação política justificou-se por necessidades de defesa, económica e glória.
. 146 aC.,  já domínio o Mediterrâneo Oriental.
. Uma vez constituído como Império levou a cabo a unificação de um grande espaço.
. Espaço de domínio de Ocidente a Oriente, da Península Ibérica, à Mesopotâmia,
. Das ilhas Britânicas até ao Egipto
. Cidades ricas e populosas: Roma, Cartago, Atenas ou Alexandria
. A república assente num modelo próximo da polis grega dava lugar a um regime monárquico.

. Cujo o poder estava num imperador, imperium e dotado de um carácter sagrado (Octávio Augusto). Apogeu do seu domínio entre o séc. I e II dc.  



A Educação dos cidadãos na Grécia Clássica 


- Em Atenas a partir do séc. VI aC. , a educação dos cidadãos passou a ser encarada de forma mais ampla.

- Essa aprendizagem seguia as seguintes etapas:
. Aos sete anos as crianças eram educadas pela mãe no gineceu.
. Os rapazes iam à escola e preparavam-se para ser cidadãos.
. as raparigas aprendiam os louvores.


1ª  Etapa – 7anos:

- o currículo de aprendizagem incluía as seguintes matérias: leitura, escrita e aritmética.
. O objectivo era o domínio da escrita e da leitura.
. Obrigatório era o conhecimento dos poemas de Homero e de Hesíodo, que deviam recitar de cor.
. As disciplinas como a poesia e a música, favoreciam a harmonia e o ritmo.

. O acompanhamento das actividades escolares era feita pelo pedagogo por vezes um escravo culto.
. A preparação física tinha duas finalidades a preparação física e a defesa da polis quando necessário

2ª Etapa – 15 anos

 . A formação cívica e física concentrava-se no exercício físico nos ginásios.
 . A aprendizagem com vista à sabedoria completava-se na procura da sabedoria ( Matemática e Filosofia).

3º Etapa –

. Aos 18 anos, pertencia ao grupo dos efebos , devendo cumprir um serviço militar de dois anos, findo o qual eram considerados cidadãos em pleno dos seus direitos civis e políticos.

. A educação cívica completava-se com a sua participação nas assembleias, no exercício das magistraturas e os debates na agora.
  

A partir do séc. V a formação dos cidadãos integrava o desenvolvimento do espírito crítico e a facilidade de expressão.


. Este saber era difundido pelos Sofistas, que eram objectivos de crítica porque eram pagos. 


As grandes manifestações cívico – religiosas na Antiga Grécia


. culto dos deuses de cada uma das cidades, eram organizados pelos cidadãos, funções religiosas a cargo dos arcontes e as despesas asseguradas pelo tesouro público da cidade e pelos mais ricos. Participação nestas actividades religiosas  eram tão importante como a política e o serviço militar.

1 - As festas das  Panateneias.

- decorriam durante seis dias toda a população( em honra da Deusa Atena)
- realizavam-se todos os anos , mas em cada quatro anos, denominavam-se as Grandes Panateneias
- nessa ocasião se desenrolava a celebre procissão das Panateneias [era nessa ocasião que os jovens sacrificavam num altar os animais (cerca de 100 bois /a deusa era presenteada por um manto bordado pelas donzelas das melhores famílias de Atenas
- incluíam também orações e concursos literários, atléticos e musicais.

2 – Os Jogos Oímpicos  –Jogos Pan-helénicos.

- 4 em 4 anos – em Olímpia em honra de Zeus, Hércules ( heroí que lhes deu nome) e Pélops (1ºvencedor).
-antes da competição- “tréguas sagradas” –prisão com armas nos Jogos
- as raparigas solteiras podiam assistir aos jogos
- Integrava as  cerimónias religiosas celebradas no templo de Zeus
- Incluía uma série de provas desportivas: Luta, Pugilato, a Corrida e as provas equestres.
-Promoviam a cultura física – que ia ao encontro da sua formação.
- A coroa de louros era atribuída ao vencedor/o campeão era o orgulho da cidade.
-realizaram-se entre 776ac.  – retomados na era moderna em 1896

3 - Jogos Nemeus [Delfos  em honra de Zeus e Hércules] e Istímicos [ em Coríntio – Jogos honra de Posídom] 
-realizavam-se 4 em 4 anos  -  começaram por ser apenas concursos musicais, depois desportivos e religiosos).

-pelo contrário procuraram entre homens e cidades pré-helénicas.


Teatro

-O teatro nasceu – das festas em honra Dionísio - durante seis dias
- Espaço organizado em três áreas distintas: o palco, a orquestra e bancadas.
- no séc.V a.c.- era acima de tudo uma celebração religiosa de certa severidade [temas : lendas dos deuses e heróis]
- coros e danças – homenageava o deus- representações dramáticas
  
 A Tragédia [carácter moralizador subordinando o homem aos deuses e seus desígnios ] –
Principais poetas: Esquilo, Sófoles e Eurípides.

A comédia [incitava ao riso e à boa disposição sem, no entanto valorizar os objectivos moralizadores – crítica o comportamento dos políticos e no modo satírico como critica o comportamento dos políticos e as correntes intelectuais e culturais do seu tempo ].
Principal poeta: Aristófenes.

Função de Jogos: - Evitar o antagonismo e ódio, pelo contrário procuravam promover o convívio entre os homens e cidades pan - helénica.  



Os principais limitem à participação democrática na Grécia Clássico.

- O nº de cidadãos que gozavam de plenos direitos não ultrapassava os 10 %.
 - Entre os habitantes que estavam excluídos da vida política contava-se:

 As mulheres:

- Embora respeitadas tinham uma liberdade restrita.
- Não participavam na vida política e urbana.
- Estavam limitadas ao lar [ gineceu], aposentos privados.
- Dedicava-se á educação dos filhos e às tarefas domésticas.
- Estavam sobre a tutela do marido ou do irmã mais velho

 Os metecos:

- Eram estrangeiros e apesar do seu papel na vida económica não tinham direitos políticos.

Os escravos:

- Eram cerca de metade da população ateniense.
-Não tinham personalidade júridica.
- Antigos prisioneiros de guerra.
- Garantiam a vida e o bem estar da população.
- Libertavam os cidadãos para os seus negócios.

As normas reguladoras da democracia incluíam o ostracismo e a pena de ordem, para os cidadãos que prejudicassem o funcionamento do sistema democrático. O sorteio, a rotatividade dos cargos e a demagogia, acabaram por em determinados momentos por se afirmarem como obstáculos ao regime.



As principais normas reguladoras da democracia grega


- Renumeração pelo exercício de cargos públicos = evitando que apenas participação política fosse condicionada pela fortuna.
- Preferência do sorteio relativamente em relação ao à eleição = assegurava o acesso a todos ao desempenho de cargos políticos/públicos, através da rotatividade e não apenas aos mais cultos ou importantes.
- Carácter transitório e rotativo dos cargos = corrupção, formação de clientelas e abusos e poder.
- Prestação de contas pelos magistrados no fim dos mandatos = evitava os abusos do poder e a corrupção.

- Ostracismo = exílio da cidade durante 10 anos = evitar a tirania e os conflitos entre os cidadãos.


 O papel dos principais reformadores no processo de consolidação da democracia na Grécia Clássica.     

- As reformas de Sólon – arconte 594 aC., acabou com a escravização por dívidas e reconheceu a todos os cidadãos da Ática o direito de cidadania. Embora as principais magistraturas da cidade continuassem reservadas aos aristocratas, a Assembleia abria-se a todos os cidadãos.  

- As reformas de Clístenes, considerado o fundador da democracia ateniense, instituiu o sistema decimal que serviria de base ao funcionamento das instituições. Reorganizou, para isso, o território ático, dividindo em 10 tribos subdivididas, por sua vez 10 demos. Qualquer que fosse a sua origem ou fortuna todos pertenciam ao demo que habitavam. Destas circunscrições sairiam os cidadãos que governavam a cidade. Com base na demo e no princípio da igualdade dos cidadãos que aí habitavam, surgia noção do novo regime a democracia.       

- As reformas Péricles, defendeu a participação democrática e instituiu o princípio da democracia directa. Não havia distinção de riqueza, profissão o grau de riqueza. Cidadãos eram apenas homens livres, filhos de pai e mãe inscrito na demos. Atribuição de salários para cargos públicos. 

Uma democracia – isto é a soberania partilhada por todos os cidadãos.
 . o seu exercício era feito de forma directa – o governo era exercido pelos próprios cidadãos
. cidadão eram apenas os homens livres, filhos de pai e mãe ateniense inscritos na demos  

Por vezes a título excepcional era concedido a um estrangeiro

. não havia distinção, profissão, riqueza ou grau de instrução
. através de eleições ou sorteios, eram eleitos de forma temporária ( geralmente anuais e rotativos) 
.Os direitos do cidadão : - isonomia – igualdade perante a lei
                                         Isocracia - igualdade de acesso aos cargos políticos
                                         Isogracia – igual direito de todos a palavra

A partir do séc. V e IV ac exerciam a cidadania no âmbito das instituições e órgãos de poder consignados na  Constituição de Atenas         



O modo de organização cívica e política na Grécia Antiga.

- Multiplicidade de polis ou cidade de estado
- Numero de cidadãos reduzido – 400.000 [ Atenas + populosa ] .
- Corpo cívico reduzido nem todos eram cidadãos   [ não incluía escravos, mulheres  e estrangeiros ]
- Aos cidadãos – conduziam a vida política, legislativa [leis, e cerimónias religiosas
- Capacidade de defesa

- A capacidade de governo depende da relação entre o território e a população. [ Ideal da autarcia]

Os principais elementos da polis Grega.


- duas partes fundamentais: parte alta e a parte baixa
 - inicialmente a polis organizou-se  na parte alta [ acrópole] – função defesa
 - sendo  o centro da vida religiosa e política
 - residência dos nobres e bem como centro da vida religiosa
- acrópele torna-se culto – ofertas aos deuses e procissões
- mais tarde, situação de Paz 
 - surge agora – praça Pública [ mercado] e centro cívico da cidade.
 - como mercado servia para a transacção comerciais e lugar de reunião para assembleias públicas.
 - localizada na parte mais baixa era o centro da vida política,  económica e social.
 - tribunal - justiça
 - circo e teatros
 - fontes – indispensável para o abastecimento de água.
 - templos e altares – santuários para o culto dos deuses


Síntese: A polis não se limitava ao espaço urbano propriamente dito; englobava igualmente as terras circundantes, onde se cultivavam os produtos necessários à sobrevivência da população e de pastagem dos seus rebanhos. Compreende-se que assim fosse, porque o ideal de autarcia pressupunha não só existência de instituições políticas próprias mas também que a cidade fosse auto-suficiente no plano económico e militar, possuindo o necessário (alimentos, mão-de-obra, exército) à sua existência.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

13. O Urbanismo - A configuração urbana no fim do século -1960-2000



Em meados do século XX - a cidade rompia definitivamente com a cintura muralhada.




Nas décadas de 1960 e 1970 o centro histórico continuava a ser o "coração" da cidade.




O Bairro da Boa Fé inspirava-se no projecto conservador dos Centenários



O Bairro Europa - símbolo do crescimento da classe média e dos bons ventos que sopravam da Europa 

A cidade abria-se ao exterior, os ventos de guerra ainda faziam parte da vida dos europeus, estávamos em meados do século e há pouco mais de uma década, Elvas rasgava definitivamente com os limites da muralha seiscentista, outrora a seu escudo defensivo e que cada vez mais apertava o seu progresso e desenvolvimento. Os novos bairros preenchiam os espaços então vazios, pela regulamentação militar de outras épocas da história, o Bairro de Santa Luzia, desenvolvia-se a sul da Porta de Olivença, que durante mais de dois séculos apenas tinha edificado o fortim de S. Pedro e algumas pequenas construções agrícolas, junto do Rossio do Meio, de apoio à prática agrícola sem expressão num espaço que na viragem do século ainda estava limitado por arame farpado e outras marcas militares. Na antiga estrada Elvas/Campo Maior, crescia o Bairro da Boa Fé, que inaugurava os bairros sociais que assentava no modelo nacionalista dos “Centenários”, incluindo na sua génese um conjunto de edifícios de apoio social, entre eles o seu parque escolar. De sublinhar, que a noção de “bairro social”, não estava devidamente consolidada, e então era então rotulado, pelo imaginário popular como o “bairro dos pobres” em oposição ao Bairro de Santa Luzia, onde residiam as famílias de posse do município. Já em meados da década de 1950, na mesma dimensão social, desenvolvia-se o Bairro das Caixas (1956) de linhas modernistas, evidenciando a visão inovadora do jovem e promissor arquitecto português, Teotónio Pereira, que no apoio à estrutura habitacional, incluía várias vias rodoviárias e pedonais, incluindo largos e pracetas arborizadas, em nítido contraste com as linhas autoritárias e austeras que marcavam as construções da época do Estado novo. Até final do século XX, novos bairros nas zonas periféricas da cidade, junto aos limites do forte de Santa Luzia, edificava-se o Bairro de S. Pedro, projecto modernista dos arquitectos, Jorge Alves, Carlos Alves e Clara Silva, que se destacava pela sua construção de raiz contemporânea, tratava-se de habitações com dois pisos, em banda e germinadas e que obedecia ao mesmo tempo a uma tentativa política de integração da etnia cigana, consumada no mandato do Dr. Aníbal Franco e uma preocupação já subjacente desde os tempos da vereação do Professor João Vale. A oeste, do Aqueduto das Amoreiras na década de 1980 desenvolvia-se o Bairro Europa, no contexto do crescimento de uma pequena e média classe média, beneficiada ao mesmo tempo pelo desenvolvimento do aparelho bancário que permitia a “democratização da propriedade” por empresto bancário. Neste período, em que o destino municipal estava sob desígnio do Dr. João Carpinteiro assiste-se à criação de uma série de equipamentos sociais que facilitavam as práticas desportivas e de lazer. A década de 1990 marcava uma explosão significativa do número de habitações por metro quadrado, a cidade voltava a crescer nos bairros já edificados, nos confins do Bairro de santa Luzia, do Bairro Europa e do Revoltilho, ao mesmo tempo que entre outras construções. A renovação das velhas estruturas sanitárias com quase meio século de existência e valorização de algumas zonas estratégicas do tecido urbano torna-se um marco das primeiras vereações de José Rondão de Almeida, a cidade volta a crescer numa política de expansão que iria marcar a primeira década do século XXI. Mas nos seus primeiros mandatos, o lazer e a prática desportiva, voltavam a ganhar outra dinâmica com edificações como a Piscina Municipal e o Complexo Municipal de Atletismo, numa cidade que a breve trecho estava capaz de receber eventos de envergadura. Chegados ao fim do século, a cidade estava em transformação, numa dualidade  urbana, o centro histórico e sede dos serviços, quase lembrando a tradição romano-gótica, enquanto que o exterior da Praça de Elvas se tornava num grande e complexo dormitório, atendendo há demografia e ao espaço urbano. Na viragem do século o centro histórico, base do quotidiano desde tempos imemoriais torna-se um espaço funcional onde o trabalho é praticamente o fundamento da sua existência.                   

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Igreja de Nossa Senhora da Assunção (antiga Sé de Elvas)


Fachada principal da igreja de Nossa Senhora da Assunção


Portal principal (1550) projecto de Miguel Arruda.



Nave Central, manuelina, atríbuida a Francisco de Arruda.  

Nave Lateral


Abóbada nervada assente em mísulas  - uma originalidade na cobertura das Igrejas Manuelinas


Entrada da Sacristia

Localização: no Centro da cidade de Elvas no limite norte da Praça da República. Descrição histórica e caracterização artística: Iniciada a sua construção em 1517 foi aberta ao culto em 1537 quando a jovem cidade de Elvas completava os seus vinte anos. Do traço do arquitecto régio do baluarte de Belém, Francisco de Arruda foi todavia o mestre pedreiro Diogo Mendes que dirigiu as campanhas de obras no referido templo e nomeadamente na composição dos alçados, do espaço, na solução da sua iluminação e nas combinações dos volumes que se inserem no plano das edificações religiosas do gótico final português. Ou seja, a antiga Sé de Elvas cujo estatuto vigorou durante um pouco mais que três séculos (1570-1882) é um espaço estruturalmente do gótico final. Embora com os princípios inovadores do estilo manuelino no âmbito decorativo e estrutural ainda que só a nível da estrutura da sua cobertura. De facto, quando se contempla a fachada principal da antiga igreja de Nossa Senhora da Praça, depois de Nossa Senhora da Assunção e finalmente Sé de Elvas, verifica-se que a sua frontaria de matriz gótica tem apenas uma torre robusta coroada por uma outra, sineira de três olhais e de arco de volta perfeita nas quatro faces de coroamento piramidal. Esta solução construtiva encontra inclusivamente exemplos nos templos românicos como a Igreja de S. Martinho dos Mouros (Lamego) ou a do Priorado do Rosário (Goa) edificada durante o ciclo da expansão. Por outro lado, o portal do gótico final, desenhado por Miguel Arruda em 1550 foi definitivamente substituído pela solução classizante em 1657 e que persistiu até aos nossos dias. Então onde persiste o Manuelino na Sé de Elvas, no exterior nas portas laterais e no interior nas naves onde a gramática decorativa da época da expansão comercial e marítima quinhentista é indiscutível. Também é inquestionável a solução arquitectónica de cariz manuelina, na organização das três naves, cujas abóbadas nervadas e que se projectam a partir das mísulas adjacentes nos dois andares da nave central, coroadas pela Ordem da Cruz de Cristo que guiaram os portugueses sob os ventos que sopravam nas caravelas que percorreram os mares de além-mar. Classificação: Monumento Nacional Decreto de 16-6-1910, Z.E.P., DG, 2ª série de 7-4-1953.  

domingo, fevereiro 05, 2012

Os testemunhos materiais, antes da escrita no Alentejo (distrito de Beja)...


Menir no Monte Mac Abrão -Vidigueira


Dólmens na Herdade de Corte Serrão - Vidigueira


Castro da Cola - Ourique 


Hippocaustum - Villa Romana de Pisões -Beja.


Antes da escrita … a região onde se confina o actual território do Alentejo, encontra os seus primeiros legados históricos para tempos imemoriais no Sul de Portugal os primeiros achados, situa-se no início do Paleolítico Inferior, onde se reconhecem as primeiras indústrias líticas, com o condicionalismo que o tempo e a arqueologia determinam. Mas, antes do registo escrito, entre um longo período entre a Pré-História e as Origens da Romanização, a longa planície Alentejana conserva hoje uma série de vestígios históricos que merecem ser observados, visitados e estudados, não só pelos académicos mas também pelo cidadão de comum no contexto da sua formação e integridade cultura. O nosso ponto de partida por hoje centra-se no actual Distrito de Beja e teria início no Castro da Cola, um povoado árabe, a cerca de 12 Km a Sul Ourique, próximo da Alcaria de Fernão Vaz, MN. 16.6.1910: cujo circuito arqueológico nos levaria do Neolítico à Idade Média, incluindo-se também a visita ao depósito votivo da II Idade do Ferro, mais conhecido por Forte do Garvão e classificado como IPP, Decreto nº29/60 de 17.7. O presente itinerário incluiu uma série de vestígios da ocupação humana, tais como antas e necrópoles, este espaço arqueológico expressa-se pela dimensão do espaço arqueológico. Por uma questão de orientação, no espaço e de importância arqueológica, não podíamos deixar de visitar o Menir Grande de Zambujeiro, o maior que existe no actual território português e o Menir do Outeiro com os seus quase seis metros de altura ou o complexo cromeleque de Almendres. Estes testemunhos arqueológicos, reflectem sobretudo uma forma de vida comunitária em que o culto da fertilidade ocupava um espaço no imaginário destas sociedades primitivas.  Ainda no Distrito de Beja, as monumentais villas romanas de Pisões e de S.Cucufate, a primeira situada na Herdade de Argamaça ( freguesia de Santiago Maior – I.I.P. , Decreto Nº252 /70 -3-6) , cujo espólio está datada para o Séc. I d.c. , do qual se escavou parcialmente a pars urbana, com cerca de quarenta divisões centradas num pequeno peristilo.  No lugar de São Cucufate, junto à Vila de Frades, destaca-se as ruínas de Santiago. Villa Romana do séc. I alterada na primeira metade do séc. II e destruída no séc. IV para a construção do edifício que hoje é visível. Na idade Média serviu de convento e foi abandonado no séc. XVI ( I.P.P., Decreto nº29/90 -17.7).  No distrito de Beja estão ainda classificados neste  largo período : Castros (5); Pontes Romanas (2); Atalaias (2)  Villas Romanas (1); Anta (1); Galeria dolménica (1); Barragem (1) e ( Menir (1). Relativamente aos Imóveis Classificados no distrito de Beja contam-se cerca de seis dezenas, sendo os seguintes os graus de classificação: Monumentos Nacionais (20); Imóveis de Interesse Público (44) e valores concelhios (5). Todavia, outros espaços arqueológicos e monumentais aguardam a sua classificação  já que o valor monumental e artístico do distrito de Beja não se resume ao Património Classificado.          
Nota: MN: - Monumento Nacional ; IPPP-Imóvel de Interesse Público.             

sábado, fevereiro 04, 2012

A Catedral românica na Europa Ocidental


Planta da Catedral de Santiago de Compostela
(exemplo típico da evolução da planta basílical de três a cinco naves.

 Catedral de Toledo (1226)

Evidente a tendência para a horizontalidade característica da arquitectura românica.



 Catedral de Notre Dame / Paris

Edificada entre de 1163 e 1250, definida de por uma planta de três naves e três pisos


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Sé Velha de Coimbra - reflecte pela sua estruturação defensiva a época da Reconquista Cristã.

 A robustez dos pilares uma característica do arquitectura romântica
(Nave lateral do Mosteiro de Alcobaça) 




As esculturas enobrecem as superfícies interiores e exteriores dos alçados românticos 


O século XII em plena Idade da Fé, a Europa tornou-se cenário de um autêntico fenómeno no âmbito da arquitectura religiosa. As sólidas e austeras igrejas românticas deram lugar às grandes construções – nasciam as grandes catedrais.  As primeiras edificações datam do séc. X e são contemporâneas de uma nova ordem política e social, que se havia imposto na Europa, o feudalismo, numa época em que alguns destes locais de culto, surgiam nas rotas das grandes peregrinações e um pouco por todo o Ocidente, nas mais diversas versões. A solidez dos seus alçados era todavia um elemento comum, numa época em que a pedra ocupava nomeadamente as coberturas de madeira, surgia as abóbadas de berço, cuja complexidade de organização implicava uma distribuição equilibrada de pesos nas paredes laterais. Com o fim de permitir a sustentabilidade dos referidos alçados, se reforçaram os seus pontos básicos com maciços contrafortes. Os vãos, eram escassos e pequenos, definidos por arcos redondos, contribuindo para a falta de luminosidade no interior da edificação e de um colorido muito próprio, mas favorável a um ambiente de fé que marcou os tempos medievais. Os alçados por vezes apresentavam “vastas faixas” de frescos de cores intensas tais como o verde, azul e violeta. Tons semelhantes cobriam as abóbadas e as colunas. As esfinges dos Santos eram dourados e os objectos litúrgicos estavam decorados com esmaltes e pedras preciosas. Para aliviar as massas românticas, se empregou também a escultura, tanto no interior como no exterior.