terça-feira, maio 15, 2012

1.2 - Os castelos em linha na raia da fronteira do Alentejo...



Castelo de Niza de planta quandragular


Castelo de Vide - de primeira linha


Vila Viçosa, Castelo  - de segunda linha


Castelo de Elvas fundamental na defesa da raia 

A reconquista cristã no Alentejo desenvolvia-se ao mesmo ritmo bélico que na vizinha Extremadura espanhola, enquanto na raia de Portalegre dominavam os castelos ao serviço da coroa portuguesa, ao sul no actual distrito de Beja e ao longo da margem esquerda do Guadiana dominavam as ordens militares religiosas dos Hospitalários e de Santiago. Na verdade o grande rio do sul servia as ambições das hostes cristãs, no caso da Extremadura a incorporação dos centros urbanos do vale do Guadiana abria definitivamente uma nova etapa em que as ordens militares que foram decisivas para o domínio da região, cuja conquista do Castelo de Montemolín pela Ordem de Santiago em 1248, fundada por D. Afonso VII de Castela e com sede em Plasencia, significou o domínio da totalidade do território praticamente nas mãos das hostes cristãs. Mas este domínio que marcou os tempos medievais, assentou numa rede de castelos que se edificaram tanto no Alentejo como na Extremadura, em zonas elevadas, inacessíveis e com um forte poder de controlo e domínio, sobre as vastas planícies que os “cercavam” e que limitavam qualquer ofensiva islâmica. No território português, do norte ao sul do território alentejano, destacavam-se uma série de castelos de primeira e segunda linha, com uma série de características específicas embora obedecendo a uma gramática construtiva de fortificação, desde logo visível pelo traçado da sua planta, os rectangulares casos dos castelos de Monforte, Elvas, Campo Maior, Serpa e Mourão, os que seguiam a planta poligonal, Juromenha, Alandroal e Moura ou a exótica forma trapeziforme do castelo de Mértola. A Torre de Menagem, vigilante de planta quadrada dominavam a arte de fortificar da arma de guerra mais eficiente do período medieval que inclusivamente também pontificava nos castelos da raia da Extremadura e de um modo particular no extremo desta província. As altas torres na raia portuguesa, ultrapassavam os 30 metros na raia do Alto Alentejo, destacava-se a do castelo de Olivença (35.20 m) e de Alpalhão (32.70m). Outras torres de planta quadrangular, adossadas, eram geralmente colocadas estrategicamente ao longo do pano de muralha destinadas a diminuir os ângulos mortos de visão permitindo flanquear o adversário. Na Extremadura, as torres cilíndricas do castelo de Villagercía da Torre ou os torreões poligonais, da Torre de Menagem dos Duques de Alba, marcavam outra diferença. As semelhanças entre os castelos do Alentejo e da Extremadura, tornava-se mais evidentes relativamente aos seus panos de muralhas, cuja dimensão média ultrapassava os 200 metros e 10 metros de altura, casos dos castelos de Nisa, Castelo Vide, Niza, Elvas, Olivença, Alandroal e Monsaraz. (os maiores chegavam os 300 e cuja altura situava-se por volta de 20 metros). A paisagem acastelada, marcava as linhas de fronteira entre Portugal e Castela, face a afirmação destas unidades políticas numa época em que o adversário islâmico tinha praticamente abandonado o território nacional. Em primeiro plano, destacavam-se os castelos de primeira linha, como era os casos de Castelo Vide, Marvão, Alegrete, Arronches, Ouguela, Campo Maior, Elvas, Juromenha, Olivença, Mourão, Noudar ou Serpa, que constituíam o primeiro obstáculo ao invasor. Os de segunda linha de apoio e socorro às operações de cerco, de pequenos castelos com excepção do castelo de Beja, assim do norte para sul, na planície alentejana identificavam-se os castelos de Niza, Alpalhão, Crato, Alegrete, Arronches, Assumar, Monforte, Vieiros, Borba, Estremoz, vila Viçosa, Alandroal e Terena.