quarta-feira, novembro 14, 2012

Nos anos 30 no tempo do "Hidroavião" nas ilhas atlânticas ....


Levantando voo na baía do Funchal (1935)


Amaragem na baía da cidade do Funchal 

Amaragem na baía da Horta 

Preparando a partida na baía da Horta

As vanguardas artísticas e as novas propostas pictóricas ...




Pablo Picasso, Les Demoisells d´Avignon, óleo sobre tela, 24.9 x 233,7 cm 

Umberto Boccioni, A cidade ergue-se, óleo sobre tela, 199.3cm x301 cm.  

Piet Mondrain, Composição em Cor, óleo sobre tela, 50x44 cm

Salvador Dali, Construção mole com feijões cozidos, Óleo sobre tela, 51 x78 cm

A literatura nas artes acompanharam as inovações introduzidas no campo da ciência e técnica. De um modo geral, as mudanças verificadas no campo da criação literária e artística caracterizaram-se pela proliferação de inovações e pela diversidade de experiências de vanguardas culturais que procurando romper com o passado, deram origem ao modernismo. No campo das artes plásticas, as grandes tendências centraram-se na construção de um novo universo plástico através da exaltação da cor, do desmantelamento da perspectiva renascentista e da construção de uma nova visão do espaço. Assim o expressionismo  concebia a arte como a expressão do mundo interior do artista (as suas angústias ou inquietações), pelo que a obra de arte poderia distorcer as formas ou cores dos objectos representados), cujos principais representantes são Ernest Kircher e Edvard Munch, procurou exprimir na pintura os dramas da condição humana (miséria, angústia, injustiças e solidão) através da deformação intencional das formas e dos contornos, da utilização arbitrária da cor e da ausência da perspectiva clássica, substituída por tonalidades contrastantes. A exaltação da cor é, por sua vez, a característica mais saliente do fauvismo  ( Caracterizado pela utilização expressiva e intensa da cor, sem preocupações de exactidão em relação à realidade)  Matisse, Rouault, Dérain) através do uso dos tons puros e fortes, abandono das regras claro-escuro, do permenor de representação do real ou da perspectiva, o que implicou o regresso à bidimensionalidade da pintura. Entretanto, Pablo Picasso e George Braque provocavam uma revolução na arte ao decomporem os objectos e as figuras em formas geométricas (cones, cilindros, esferas), colocadas na tela em planos e perspectivas diferentes, provocando deste modo o desmantelamento da perspectiva renascentista. O cubismo (caracterizado pela decomposição das objectos e das figuras geométricas colocadas em planos e perspectivas diferentes, provocando o desmantelamento da perspectiva renascentista e a emergência de uma quarte dimensão na pintura, conseguida através de diversas visões simultâneas dos objectos) destrói a realidade, não possui qualquer relação com ela, é uma abstracção. Emerge uma quarta dimensão na pintura através de uma visão intelectualizada do espaço, que possibilita a visualização dos objectos sob diversas perspectivas em simultâneo. Por outro lado, com origem na Itália, surgiu o futurismo, propondo a supressão da tradição e a introdução de temáticas relacionadas com a velocidade, a mudança e o dinamismo característicos da vida moderna (máquinas, pontes, aviões), recorrendo a técnicas do cinema e da fotografia, como a decomposição de formas e cores, a alternância de planos ou a sobreposição de imagens. Se, com o cubismo, a pintura já aparece desligada da realidade visual, é, porém com o abstraccionismo (que concebe a obra arte como reflexo do estado de espírito do artista, o que supõe a sua abstracção relativamente ao real e o desaparecimento da representação dos objectos, substituídos por linhas, cores e formas que valem apenas por si )  , iniciado por Kandisky em 1910, que o artista transforma o quadro em pintura não figurativa, rompendo em definitivo com a perspectiva clássica, seja através de uma linguagem matemática onde o jogo da cor e as linhas procuram representar uma realidade oculta ( abstraccionismo geométrico, de Piet Mondrian), seja através de formas orgânicas e cores vibrantes ( abstraccionismo expressionista, de Kandisky. Ligado à psicanálise de Freud, surge o surrealismo (Dali, Max Ernest e René Magrite), cujos princípios assentam na crença da superioridade de algumas formas de associação, na importância para a produção artística de toda a criação gerada a partir do sonho e do inconsciente, fora, portanto, da vigilância da razão e do consciente, na procura da libertação interior. Os surrealistas usam fragmentos fotográficos fazem colagens, pintam sobre velhos painéis, ou seja, fazem surgir a obra de arte a partir das banalidades do quotidiano. É possível, entretanto destacar duas tendências: uma, figurativa, de que se destaca Salvador Dalí, caracterizada pelo recurso à associação interpretativa de fenómenos delirantes, como a alusão a desejos reprimidos ou a resíduos do passado; outra abstracta, de Joan Miró, valorizando o recurso à associação de símbolos provenientes do seu imaginário. Finalmente, percursor do surrealismo, nascido também na Suiça o dadaísmo  ( caracterizado pela recusa do racionalismo, da arte e da literatura tradicionais, que valoriza o acaso, o absurdo, o espontâneo, a dúvida, o instinto, o inconsciente e o indíviduo). Principais representantes , Marcel Duchamp, Francis Picabia e Hans Harp) propunha que a cultura se libertasse das suas regras lógicas, de forma a deixar brotar o instintivo e o escandaloso, através, nomeadamente, do insulto ao talento e ao génio, pelo menos nas formas que eles normalmente assumiam.-