quarta-feira, novembro 14, 2012

As vanguardas artísticas e as novas propostas pictóricas ...




Pablo Picasso, Les Demoisells d´Avignon, óleo sobre tela, 24.9 x 233,7 cm 

Umberto Boccioni, A cidade ergue-se, óleo sobre tela, 199.3cm x301 cm.  

Piet Mondrain, Composição em Cor, óleo sobre tela, 50x44 cm

Salvador Dali, Construção mole com feijões cozidos, Óleo sobre tela, 51 x78 cm

A literatura nas artes acompanharam as inovações introduzidas no campo da ciência e técnica. De um modo geral, as mudanças verificadas no campo da criação literária e artística caracterizaram-se pela proliferação de inovações e pela diversidade de experiências de vanguardas culturais que procurando romper com o passado, deram origem ao modernismo. No campo das artes plásticas, as grandes tendências centraram-se na construção de um novo universo plástico através da exaltação da cor, do desmantelamento da perspectiva renascentista e da construção de uma nova visão do espaço. Assim o expressionismo  concebia a arte como a expressão do mundo interior do artista (as suas angústias ou inquietações), pelo que a obra de arte poderia distorcer as formas ou cores dos objectos representados), cujos principais representantes são Ernest Kircher e Edvard Munch, procurou exprimir na pintura os dramas da condição humana (miséria, angústia, injustiças e solidão) através da deformação intencional das formas e dos contornos, da utilização arbitrária da cor e da ausência da perspectiva clássica, substituída por tonalidades contrastantes. A exaltação da cor é, por sua vez, a característica mais saliente do fauvismo  ( Caracterizado pela utilização expressiva e intensa da cor, sem preocupações de exactidão em relação à realidade)  Matisse, Rouault, Dérain) através do uso dos tons puros e fortes, abandono das regras claro-escuro, do permenor de representação do real ou da perspectiva, o que implicou o regresso à bidimensionalidade da pintura. Entretanto, Pablo Picasso e George Braque provocavam uma revolução na arte ao decomporem os objectos e as figuras em formas geométricas (cones, cilindros, esferas), colocadas na tela em planos e perspectivas diferentes, provocando deste modo o desmantelamento da perspectiva renascentista. O cubismo (caracterizado pela decomposição das objectos e das figuras geométricas colocadas em planos e perspectivas diferentes, provocando o desmantelamento da perspectiva renascentista e a emergência de uma quarte dimensão na pintura, conseguida através de diversas visões simultâneas dos objectos) destrói a realidade, não possui qualquer relação com ela, é uma abstracção. Emerge uma quarta dimensão na pintura através de uma visão intelectualizada do espaço, que possibilita a visualização dos objectos sob diversas perspectivas em simultâneo. Por outro lado, com origem na Itália, surgiu o futurismo, propondo a supressão da tradição e a introdução de temáticas relacionadas com a velocidade, a mudança e o dinamismo característicos da vida moderna (máquinas, pontes, aviões), recorrendo a técnicas do cinema e da fotografia, como a decomposição de formas e cores, a alternância de planos ou a sobreposição de imagens. Se, com o cubismo, a pintura já aparece desligada da realidade visual, é, porém com o abstraccionismo (que concebe a obra arte como reflexo do estado de espírito do artista, o que supõe a sua abstracção relativamente ao real e o desaparecimento da representação dos objectos, substituídos por linhas, cores e formas que valem apenas por si )  , iniciado por Kandisky em 1910, que o artista transforma o quadro em pintura não figurativa, rompendo em definitivo com a perspectiva clássica, seja através de uma linguagem matemática onde o jogo da cor e as linhas procuram representar uma realidade oculta ( abstraccionismo geométrico, de Piet Mondrian), seja através de formas orgânicas e cores vibrantes ( abstraccionismo expressionista, de Kandisky. Ligado à psicanálise de Freud, surge o surrealismo (Dali, Max Ernest e René Magrite), cujos princípios assentam na crença da superioridade de algumas formas de associação, na importância para a produção artística de toda a criação gerada a partir do sonho e do inconsciente, fora, portanto, da vigilância da razão e do consciente, na procura da libertação interior. Os surrealistas usam fragmentos fotográficos fazem colagens, pintam sobre velhos painéis, ou seja, fazem surgir a obra de arte a partir das banalidades do quotidiano. É possível, entretanto destacar duas tendências: uma, figurativa, de que se destaca Salvador Dalí, caracterizada pelo recurso à associação interpretativa de fenómenos delirantes, como a alusão a desejos reprimidos ou a resíduos do passado; outra abstracta, de Joan Miró, valorizando o recurso à associação de símbolos provenientes do seu imaginário. Finalmente, percursor do surrealismo, nascido também na Suiça o dadaísmo  ( caracterizado pela recusa do racionalismo, da arte e da literatura tradicionais, que valoriza o acaso, o absurdo, o espontâneo, a dúvida, o instinto, o inconsciente e o indíviduo). Principais representantes , Marcel Duchamp, Francis Picabia e Hans Harp) propunha que a cultura se libertasse das suas regras lógicas, de forma a deixar brotar o instintivo e o escandaloso, através, nomeadamente, do insulto ao talento e ao génio, pelo menos nas formas que eles normalmente assumiam.-